Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Daniella Marques toma posse como presidente da Caixa

Ato ocorreu em reunião extraordinária do conselho de administração; nº 2 do banco renunciou ao cargo

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Brasília

A economista Daniella Marques foi empossada na noite desta sexta-feira (1º) como nova presidente da Caixa Econômica Federal.

A posse se deu em reunião extraordinária do conselho de administração do banco, após aprovação de seu nome pelo comitê de elegibilidade da instituição.

Marques foi indicada para ocupar o lugar de Pedro Guimarães, que deixou o cargo após acusações de assédio sexual. Ela foi nomeada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na quarta-feira (29), após a renúncia do agora ex-presidente.

A nova presidente da Caixa, Daniella Marques - Pedro Ladeira - 29.jun.2022/Folhapress

A nova presidente da Caixa quer criar um comitê de crise para apurar os episódios narrados pelas vítimas e identificar outros possíveis envolvidos.

Marques é a pessoa de maior confiança do ministro Paulo Guedes (Economia), com quem já trabalhava no mercado financeiro antes de integrar o atual governo.

Os dois embarcaram juntos no projeto de Bolsonaro ainda durante a campanha, em 2018, e assumiram cargos já no primeiro dia da atual administração.

As acusações de assédio sexual contra Guimarães foram reveladas na terça-feira (28) pelo portal Metrópoles, que relatou também a existência de uma investigação no Ministério Público Federal.

As mulheres narraram episódios como toques íntimos sem consentimento, convites incompatíveis com o ambiente profissional e outras condutas inapropriadas.

Na quinta-feira (30), o conselho já havia decidido contratar uma auditoria externa para apurar as denúncias de assédio sexual e rastrear outros membros da cúpula que acobertaram a situação.

A decisão de contratar uma empresa terceirizada para conduzir a apuração foi tomada após os relatos das mulheres vítimas de assédio indicarem que os episódios eram conhecidos por ao menos parte da diretoria e dos vice-presidentes da Caixa.

A avaliação do colegiado é que deixar a investigação nas mãos das instâncias internas de controle não é a melhor saída para obter um diagnóstico independente, dada a suspeita de envolvimento de outros integrantes da cúpula da instituição.​

O conselho também foi comunicado da renúncia do vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Celso Leonardo Barbosa, e a acatou.

O colegiado destituiu quatro assessores estratégicos e a chefe de gabinete de Guimarães. Ocupantes de cargos de confiança e sem vínculo funcional com a Caixa, o grupo era apontado como "núcleo duro" do ex-presidente.

Na manhã desta sexta-feira (1º), o vice-presidente foi comunicado pelo presidente do conselho de administração, Rogerio Rodrigues Bimbi, de que precisaria deixar o cargo. Horas depois, Barbosa reuniu sua equipe para anunciar o fato.

O conselho chegou a analisar destitui-lo de forma imediata ou afastá-lo por prazo determinado até a obtenção de novas informações, mas o executivo acabou optando por renunciar ao cargo.

A suspeita de pessoas ligadas ao banco é de que Barbosa pode ter ajudado a acobertar a situação. Ele era tido como o número dois de Guimarães e o substituía com frequência no comando da instituição. Também era um aliado próximo e fiel ao agora ex-presidente.

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