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Dólar amplia máxima em 6 meses à espera de alta dos juros

Após Europa, EUA devem subir taxas e estimular aperto global ao crédito

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São Paulo

Os mercados de ações e de câmbio do país encerraram esta sexta-feira (22) perto da estabilidade, em um dia em que investidores apenas ajustaram suas expectativas para a elevação dos juros nos Estados Unidos na semana que vem.

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, cedeu 0,12%, a 98.912 pontos. Apesar da queda, o indicador acumulou elevação de 2,46% nesta semana.

O dólar subiu 0,03%, cotado a R$ 5,4990. No acumulado semanal, a moeda americana subiu 1,74%.

Notas de dólar dos Estados Unidos
Notas de dólar dos Estados Unidos - Marcello Casal Jr. - 2.mai.2019/ABr

A perspectiva que provocou a calmaria desta sexta poderá ser validada na próxima quarta-feira (27), caso o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) confirme a expectativa do mercado.

"O mercado já está dando como certo o 0,75 ponto percentual do Fed na semana que vem", disse Fernando Giavarina, chefe de câmbio da Valor Investimentos.

Apesar de esperada e precificada, a alta prevista para os juros americanos irá igualar o aumento aplicado pela autoridade monetária dos EUA em junho, a maior em quase 30 anos.

O processo de elevação de juros é adotado pelas principais economias mundiais em uma tentativa de desacelerar a inflação que se espalhou pelo globo com a quebra das cadeias de suprimentos durante a pandemia.

Nesta semana, oBCE (Banco Central Europeu) elevou a taxa básica de juros na região em 0,50 ponto percentual, a primeira alta desde 2011. ​

Economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung aponta dados da Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, que indicam que os preços ao consumidor (CPI) para a Zona do Euro subiram para 8,6% em junho no acumulado de 12 meses. Um ano atrás a inflação estava em 1,9%.

"Inflação alta, possibilidade de recessão, a própria demora em elevar as taxas de juros pelo BCE, os efeitos da guerra na Ucrânia e problemas de fornecimento de energia, são todos fatores que aumentaram as incertezas em relação ao bloco", diz Sung.

"Acreditamos que o aperto monetário pelo BCE deve continuar esse ano com mais duas possíveis altas. Ressaltamos, porém, que os aumentos serão insuficientes para conter a inflação e melhorar a situação econômica da Europa. Para sair efetivamente dessa situação, o continente deveria focar em incentivos para investimentos, criação de empregos e melhora da saúde financeira no setor público e privado", diz Maria Levorin, gestora da Multiplica Capital.

A especialista diz ainda que, como consequência da decisão do BCE, enxerga um cenário negativo para o crescimento das economias, dado os temores da recessão que levariam os países a entrar em estagflação (combinação de baixo crescimento e inflação alta).

Com Reuters

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