Descrição de chapéu Folhainvest

Empiricus nega relação com vídeo anônimo contra o TC

Empresa diz que 'todas as medidas e providências cabíveis já estão sendo adotadas'

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São Paulo

A Empiricus divulgou nota nesta quarta-feira (27) para afirmar que não possui relação com o vídeo anônimo que circula na internet contendo diversas acusações contra a sua concorrente TC (Traders Club).

Em entrevista à Folha, o presidente do TC, Pedro Albuquerque, acusou a Empiricus de estar por trás do vídeo apócrifo. Ele afirma que a concorrente manipula o mercado de capitais com o objetivo de destruir sua empresa e obter lucros.

Mulher com pintura de palhaço apresenta vídeo com acusações contra o Traders Club
Mulher com pintura de palhaço apresenta vídeo com acusações contra o Traders Club - Reprodução

Na tarde desta terça-feira (26), Albuquerque fez um pronunciamento, transmitido pelos canais do TC na internet, em que repetiu as acusações, apresentando supostos trechos de conversas por WhatsApp que ele atribui a Felipe Miranda e Caio Mesquita, diretores da Empiricus.

"A Empiricus vem a público esclarecer que não possui relação com quaisquer das condutas mencionadas pelo executivo do TC (Traders Club) na coletiva de imprensa realizada no final da tarde de terça-feira (26), e refuta veementemente as acusações formuladas pelo Sr. Pedro Albuquerque, em nome do TC, imputando aos diretores da Empiricus a autoria de um vídeo apócrifo divulgado em junho deste ano", diz a nota da Empiricus.

"As conversas apresentadas, que alegadamente teriam sido encaminhadas ao TC por um hacker, não são verdadeiras e não representam uma interlocução entre os Srs. Caio Mesquita e Felipe Miranda, e entre esses com terceiros", afirma a empresa.

Distribuído em grupos de WhatsApp em 28 de junho, o vídeo mostra uma mulher com maquiagem de palhaço dizendo que o TC manipula ações negociadas na Bolsa. No final, ela diz que "tem muita coisa ainda por vir". Em seguida, sem apresentar provas, ela fala em 17 supostos casos de assédio e pergunta se é verdade que houve um estupro coletivo de uma ex-colaboradora dentro da sede da empresa.

Segundo o TC, as insinuações são mentirosas.

O TC protocolou um pedido de investigação na Polícia Federal sobre a autoria do vídeo em 8 de julho. O documento, que não acusa diretamente a Empiricus, afirma que um relatório de outubro do ano passado produzido pelo concorrente, recomendando a venda de ações do TC, "parece ter servido de pano de fundo" para o vídeo.

Por ser uma empresa concorrente, a Empiricus seria parte interessada na queda das ações do TC, segundo Albuquerque. É com base nesse contexto que o TC apresentou em 29 de junho, ao Tribunal de Justiça de São Paulo, um pedido judicial para que a Empiricus retire o vídeo da internet, caso seja ela a responsável pela peça.

Empiricus e TC disputam assinantes para seus serviços de análises e educação financeira para pessoas físicas, segmento da Bolsa que cresceu 56% e encostou nos 5 milhões de participantes em 2021, mas que agora passa por uma crise devido à queda do mercado de ações provocada pela alta dos juros.

Procurada pela reportagem nesta quarta, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão regulardor do mercado de capitais, informou em nota que "acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário.  A autarquia não comenta casos específicos".

Procurado na tarde desta quarta, o TC disse que "reafirma com veemência e segurança todas as declarações feitas ontem [terça] por seu CEO, Pedro Albuquerque, em coletiva de imprensa, fundadas em indícios sólidos e na defesa dos interesses da companhia".

Confira a nota da Empiricus da íntegra:

A Empiricus vem a público esclarecer que não possui relação com quaisquer das condutas mencionadas pelo executivo do TC (Traders Club) na coletiva de imprensa realizada no final da tarde de terça-feira (26), e refuta veementemente as acusações formuladas pelo Sr. Pedro Albuquerque, em nome do TC, imputando aos diretores da Empiricus a autoria de um vídeo apócrifo divulgado em junho deste ano. Em nenhum momento a Empiricus ou seus diretores deixaram de cumprir com os deveres pertinentes e inerentes a sua atividade e/ou com a legislação. As conversas apresentadas, que alegadamente teriam sido encaminhadas ao TC por um hacker, não são verdadeiras e não representam uma interlocução entre os Srs. Caio Mesquita e Felipe Miranda, e entre esses com terceiros. Todas as medidas e providências cabíveis já estão sendo adotadas para a preservação dos seus direitos.

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