Empresa de aluguel de bitcoin tenta acordo com Sasha e outros clientes

Rental Coins, que responde a mais de 350 processos na Justiça, diz que há negociações judiciais e extrajudiciais em andamento

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São Paulo

A empresa de aluguel de criptomoedas Rental Coins afirma que atua na Justiça e de forma extrajudicial na tentativa de fechar acordo com clientes que se sentiram lesados após a reestruturação econômica da companhia.

A Rental é acusada de golpe e responde a mais de 350 processos na Justiça, entre eles um envolvendo a modelo Sasha Meneghel e seu marido, o cantor gospel João Figueiredo. Também é alvo de investigação da Polícia Federal.

Empresa de aluguel de bitcoin responde a mais de 350 processos na Justiça - Benoit Tessier/Reuters

No caso de Sasha, a empresa afirma que, assim como com os demais clientes, fez contato extrajudicial para fechar um acordo, em vão. "As tentativas de acordo com Sasha e João ocorreram em três oportunidades distintas, todas, contudo, infrutíferas, uma vez que o casal preferiu seguir a orientação de seus advogados e tentar satisfazer suas pretensões judicialmente", diz nota enviada à Folha.

Procurada, a assessoria de Sasha não comentou.

Já no processo que envolve o ex-juiz Janguiê Diniz, que também investiu altos valores no aluguel de bitcoins, a Rental afirma que as negociações para o acordo extrajudicial estão avançadas na tentativa de atender aos "interesses de ambos". "Neste cenário, eventual proposta frutífera será levada a juízo, para homologação.

Segundo os representantes jurídicos da companhia, a crise na Rental começou em outubro de 2021 após auditoria. Foi quando começou um processo de "reestruturação/reorganização" com intuito de solucionar os problemas. A empresa atribuiu os "erros" a gestões passadas.

O plano de reestruturação foi aceito por quase 10 mil clientes, mas houve quem recusasse. "Neste cenário, com intuito de continuar a prestar um serviço individualizado e de qualidade, todos os clientes foram informados sobre os novos termos da operação, culminando na aceitação do plano reestrutural, até o momento, por 9.445 clientes, além dos 4.533 clientes que decidiram rescindir seus contratos por meio de acordos extrajudiciais", informa nota.

Sobre os processos na Justiça, a empresa diz tratar-se de um número "vultuoso". "Dessa forma, a veiculação do número de processos judiciais envolvendo a empresa embora, em análise apartada, possa parecer vultuoso, não reflete a atual situação dos contratos firmados, não atingindo sequer 10% de todos os clientes que possuem relação jurídica negocial com a Rental Coins."

Sobre a parceria com o pastor Silas Malafaia, a empresa confirma o que foi dito pelo pastor à Folha, de que não houve sociedade em negócio de criptomoedas. "Referida parceria perdurou por poucos meses, sendo encerrada por acerto comercial entabulado entre as partes, não havendo qualquer pendência a ser resolvida sobre o assunto."

Entenda o golpe

O golpe do aluguel das criptomoedas envolvia o empresário Francisley Valdevino da Silva, o Francis Silva, conhecido como Sheik dos Bitcoins. Silva, que é dono da Rental Coins e consta como proprietário de mais de 130 empresas, já foi sócio do pastor Silas Malafaia em uma loja digital com foco no segmento evangélico.

Sasha, assim como muitos dos investidores, teria conhecido o negócio por meio da igreja evangélica que frequenta. Além dos processos judiciais, a Polícia Civil do Distrito Federal e a Polícia Federal investigam os casos.

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