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Itaú terá controle da Avenue em 2 anos
O Itaú anunciou na sexta (8) que assinou contrato para a aquisição do controle da Avenue, corretora para brasileiros que investem no exterior.
Em números: inicialmente o Itaú pagará R$ 493 milhões por 35% da Avenue, por meio de um aporte de R$ 160 milhões e uma compra secundária de ações.
- Depois de dois anos, o banco irá comprar mais 15,1% por valor ainda a ser definido, e passará a ter o controle da corretora, com 50,1%. Há ainda a possibilidade de comprar a fatia restante posteriormente.
Quem é a Avenue: fundada em 2018 pelo ex-XP Roberto Lee, a corretora iniciou suas operações com atendimento em português para moradores do Brasil interessados em investir no exterior.
- Hoje, tem mais de 229 mil clientes ativos e R$ 6,4 bilhões sob custódia.
A estratégia: o Itaú vai enchendo o carrinho após ter se desfeito da XP, corretora em que havia comprado uma participação minoritária em 2017, mas que depois foi impedido pelo Banco Central de assumir o controle.
- Antes da Avenue, o maior banco da América Latina havia acertado em janeiro a compra de uma posição majoritária na corretora Ideal, por R$ 650 milhões. O Itaú ainda poderá assumir o controle dos 49,9% restantes após cinco anos.
- A ideia do Itaú é ampliar a oferta de serviços no íon, sua plataforma de investimentos para clientes. O bancão disse que a gestão e condução da Avenue permanecerá autônoma. A compra ainda precisa do aval de órgãos reguladores.
- Em abril, a instituição disse que vai destinar até R$ 1 bilhão para adquirir 50% do capital da Totvs Techfin, a fintech do grupo Totvs, maior fornecedor de softwares de gestão para pequenos e médios negócios no país.
Inflação acelera e deixa milionários 'menos ricos'
A inflação brasileira acelerou para 0,67% em junho, informou o IBGE na sexta (10).
Em números: o dado veio abaixo da mediana das projeções do mercado, que era de alta de 0,71%. Em 12 meses, o IPCA acumulou avanço de 11,89%.
O que puxou a alta:
- Alimentos para consumo fora do domicílio: tiveram avanço de 1,26%, com destaques para a refeição (0,95%) e o lanche (2,21%).
- Planos de saúde: registraram aumento de 2,99%, na esteira do reajuste autorizado pela ANS no fim de maio.
- Veja os itens com maiores altas e quedas no ano.
Alívio: o grupo de transportes subiu 0,57% em junho, mas foi uma desaceleração em relação a maio (1,34%). Destaque para os preços da gasolina, item de maior peso individual no IPCA, que caíram 0,72%.
Inflação atinge até milionários: a aceleração dos preços tem maior peso proporcionalmente no bolso dos mais pobres, mas também chega aos mais endinheirados.
- Se há dez anos ser milionário era praticamente um sinônimo de "vida ganha", com uma significativa renda mensal garantida, hoje em dia ter essa fortuna não desobriga o brasileiro de trabalhar.
- Há uma década, com R$ 1 milhão, era possível comprar, por exemplo, uma cobertura de 148 m² com três dormitórios na Saúde, bairro da zona sul de São Paulo, e ainda deixar um BMW 118i 2.0 automático na garagem.
- Hoje, com o mesmo dinheiro, compra-se um apartamento de 65 m² e dois dormitórios na Vila Mariana, também na zona sul da capital, com vaga para um Chevrolet Onix 1.0 câmbio manual.
Mais sobre inflação:
- Pizza sofre com alta do leite, e preço sobe até 30%.
- Parece leite condensado, mas não é; similares lácteos ganham espaço com inflação disparada.
- Mercado vê estouro da meta de inflação em 2022 e 2023, mostra Focus.
Musk desiste (oficialmente) do Twitter
Depois de muito ameaçar, Elon Musk anunciou na última sexta (8) que desistiu de comprar o Twitter, alegando que a rede forneceu informações "falsas e enganosas" nas negociações do acordo de US$ 44 bilhões.
O que diz Musk:
- Entre os argumentos para largar o negócio, ele cita que uma análise preliminar de sua equipe constatou que a fatia de contas falsas e spams na rede social é bem maior que os 5% relatados pela plataforma, algo que ele já vinha questionando.
- O bilionário também afirmou que o Twitter demitiu funcionários e deixou de contratar, prática que considera contrária à obrigação da empresa de continuar operando normalmente.
O que diz o Twitter:
- Bret Taylor, presidente do conselho de administração da rede, afirmou que a companhia está "comprometida em fechar a transação no preço e nos termos acordados com Musk" e que buscará medidas legais para garantir o acordo.
E agora? Há alguns caminhos para resolver a bronca entre o empresário e a rede social:
Na Justiça: o acordo prevê uma multa de US$ 1 bilhão para o lado que desistir da negociação. Musk e seus advogados certamente irão lutar para não ter que desembolsar essa quantia, mas nesses casos o juiz costuma decidir em favor dos vendedores.
- Na pior das hipóteses, ele pode ser obrigado a honrar seu compromisso e comprar o Twitter a um preço que se tornou exorbitante.
Acordo: para evitar um julgamento demorado e custoso, as partes poderiam se acertar extrajudicialmente.
- Há exemplos recentes tanto de acordos para pagamento de multa quanto de um trato para o negócio ser fechado por um preço mais baixo que o anunciado anteriormente.
Análise | Frankie Taggart, da agência AFP: Elon Musk, um carrasco das elites ou um pragmático egoísta?
Startup da Semana: GoodStorage
O quadro "Startup da Semana" traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.
A startup: fundada em 2013, é uma empresa de self storage (serviço que disponibiliza espaços de diversos tamanhos para depósito de bens) para pessoas físicas e jurídicas.
Em números: a startup anunciou na última semana ter recebido um aporte de US$ 75 milhões (R$ 398 milhões), que devem ser investidos em espaços destinados às empresas.
O investidor: o aporte foi liderado pela gestora Evergreen Investment Advisors.
Que problema resolve: os espaços podem ser usados por pessoas que querem guardam bens sazonais ou em ocasiões específicas, como em caso de mudança.
- Para as empresas, foco de atuação da startup, a ideia é facilitar a gestão da cadeia logística, principalmente na modalidade "last mile", a última etapa antes do produto chegar ao consumidor.
Por que é destaque: além da GoodStorage ter anunciado o maior aporte no país na última semana, o investimento acontece num momento de expansão do ecommerce observado durante a pandemia.
Mais sobre a startup: opera mais de 20 unidades na capital paulista, com espaços que variam entre 1m² a 300m².
A semana em resumo
Foram 15 rodadas de captação feitas na América Latina, com US$ 105 milhões (R$ 557 milhões) em investimentos. O Brasil liderou o número de aportes (12) e o volume captado pelas startups (US$ 99 milhões ou R$ 525 milhões).
Os dados são fornecidos pela plataforma Sling Hub.
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