Descrição de chapéu Banco Central

Mercado prevê inflação menor com medidas do governo, mas projeta alta em 2023

Economistas consultados na pesquisa Focus estimam avanço do IPCA no ano que vem em 5,30%

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Camila Moreira
São Paulo | Reuters

O mercado passou a ver variação praticamente zero dos preços administrados neste ano e voltou a reduzir a expectativa para a inflação ao consumidor, mas para 2023 a projeção para a alta dos preços gerais aumentou pela 16ª vez seguida, segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (25).

A projeção de economistas consultados para a alta dos preços administrados em 2022 passou a uma variação positiva de 0,01%, de 1,74% na semana anterior. Com isso, o cálculo para a alta do IPCA neste ano caiu pela quarta vez, chegando a 7,30%, de 7,54% antes.

A revisão se dá na esteira de medidas do governo para aliviar a inflação elevada neste ano, como a aprovação da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo.

Posto de combustíveis em São Paulo - Nelson almeida - 19.jul.2022/AFP

Mas analistas alertam que a lei não tem efeitos duradouros, e com isso passaram a ver pressão ainda maior da inflação em 2023. Economistas consultados na pesquisa Focus passaram a estimar o avanço do IPCA no ano que vem em 5,30%, 0,10 ponto percentual a mais do que na leitura anterior. A alta dos preços administrados no ano que vem passou a ser calculada em 7,06%, de 6,50% antes.

Com esse cenário, em ambos os anos a inflação terminará bem acima do teto da meta oficial, cujo centro está em 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou ainda melhora na perspectiva para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, com a estimativa de crescimento subindo de 1,75% para 1,93%. Para 2023, entretanto, houve ajuste de 0,01 ponto percentual para baixo, a 0,49%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a taxa básica de juros Selic deve terminar este ano a 13,75% e o próximo a 10,75%, sem alterações em relação à sondagem anterior.

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