Descrição de chapéu Mercosul América Latina

Nova ministra da Argentina assume em dia em que dólar paralelo dispara

Silvina Batakis ocupará lugar de Martín Guzmán, que renegociou dívida com FMI

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Buenos Aires

A nova ministra da Economia da Argentina assumiu nesta segunda-feira (4) depois de um fim de semana de turbulência política no país. Silvina Batakis, que foi ministra da mesma pasta na Província de Buenos Aires entre 2011 e 2015, substitui Martín Guzmán, responsável por renegociar a dívida do país com o FMI (Fundo Monetário Internacional). A cerimônia foi rápida, com a presença de todos os ministros e alguns governadores. A grande ausente foi Cristina Kirchner, que está em fricção com o mandatário Alberto Fernández, encarregado de tomar o juramento da nova ministra.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, com a nova ministra da Economia, Silvina Batakis, na Casa Rosada - Agustin Marcarian/Reuters

Enquanto a cerimônia de posse ocorria, manifestantes contrários ao governo protestavam do lado de fora da Casa Rosada. A residência da vice-presidente, no bairro da Recoleta, também foi cercada por pessoas carregando cartazes alusivos à crise que o país vive.

O principal indício do impacto da troca de ministro nesta segunda-feira foi o aumento do dólar chamado de "blue", o clandestino, que foi de 236 pesos (R$ 9,93) para quase 267 (R$ 11,24), enquanto o oficial permaneceu em 125 pesos (R$ 5,26). A diferença entre os dois dólares impacta demasiado a economia popular e a inflação, uma vez que comerciantes e empresários se pautam pelo "blue" para promover aumentos, com exceção dos alimentos que estão com valores congelados.

Nova ministra da economia da Argentina, Silvina Batakis, em sua posse na Casa Rosada, em Buenos Aires - Juan Mabromata/AFP

Há muita expectativa com relação ao mercado nesta terça-feira (5). Como foi feriado nos EUA nesta segunda, não se conhece ainda o impacto que a mudança de ministros poderá trazer nas ações e bônus do país.

Nascida na Terra do Fogo, Batakis estudou na Universidade Nacional de La Plata e se formou em finanças públicas. Depois, estudou economia ambiental na Universidade de York, na Inglaterra, com especializações na França e na Inglaterra.

Kirchner a defende por não considerar que se possa combater a inflação com cortes no gasto público. Também é a favor dos subsídios em termos de energia, área de maior fricção entre Guzmán e Kirchner.

O agora ex-ministro tinha como objetivo principal, por determinação de Fernández, chegar a um acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), cujo objetivo era reestruturar os mais de US$ 44 bilhões que o país deve à entidade. Guzmán realizou o pedido, e sua permanência era reforçada por Fernández pelo bom trânsito que o ex-ministro tinha em âmbito internacional.

A principal diferença que Cristina tinha com o ex-ministro era que ele queria aplicar ajustes em tarifas e um maior rigor no gasto público, algo que a vice nunca aceitou. Cristina é uma defensora de mais intervenção do Estado na economia e aumento do gasto social, principalmente nos meses mais graves da pandemia.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.