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Falta de aparelhos trava 5G 'puro'
O 5G chegou oficialmente ao país em Brasília, no início de julho, mas o serviço segue instável e em muitas vezes com velocidade próxima à do 4G.
A explicação para isso pode estar na escassez no país de modelos e chips que funcionem com a tecnologia do "5G puro", a standalone.
Entenda: a Anatel percebeu que muitos aparelhos que exibem o sinal do 5G na tela na verdade usam a rede DSS —que simula a velocidade do 5G— ou na 5G não-standalone, que opera na mesma faixa de frequência do 4G.
- Na rede "pura", o tempo de latência (a demora do celular para receber os dados) é inferior a 1 milissegundo. Na "impura", esse tempo é maior.
- Mesmo os aparelhos que operam no 5G "puro" demandam novos chips de quinta geração, em falta no mercado. Por isso as teles, com exceção da TIM, não lançaram planos que operam realmente com o 5G.
Os aparelhos com o 5G "puro": na Apple, só as versões do iPhone 13 permitem o 5G standalone. Alguns modelos de Samsung e Motorola operam nessa rede sem necessidade de troca de chips:
- S21, S21Plus, S21Ultra, A52s, S21FE, A535G, A335G –todos da série Galaxy, da Samsung; Edge20, MotoG200, Edge300Pro, Edge30, MotoG82, da Motorola.
No calendário: a ideia do ministro das Comunicações, Fábio Faria, é que as fabricantes ofereçam atualizações para os aparelhos até o final de setembro, data limite para que as antenas 5G estejam funcionando em todas as capitais do país.
- As próximas a receberem a tecnologia, na próxima sexta (29), são Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB) e Porto Alegre (RS). Salvador (BA), Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Rio de Janeiro (RJ) devem vir na sequência.
Fed sobe juros, e Powell não vê recessão
No anúncio do Federal Reserve, o banco central dos EUA, de alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros no país, o mercado estava mais atento aos recados do comunicado e do presidente, Jerome Powell.
E eles vieram: o Fed está bem comprometido para trazer a inflação para a meta de 2% (ou seja, vai seguir subindo os juros), e Powell citou o mercado de trabalho aquecido para argumentar que não vê sinais de uma recessão na economia americana.
Ele também falou que em algum momento o ritmo de alta de juros deve ser reduzido, mas que é cedo para dizer se isso já pode acontecer em setembro.
Em números: a taxa de juros de referência nos EUA está agora no intervalo entre 2,25% e 2,5% ao ano, o mais alto desde 2019. Tudo isso para tentar frear uma inflação anual que está na casa dos 9,1%, a maior em quatro décadas.
Por que importa: ao mesmo tempo em que está preocupado com a aceleração dos preços, o mercado também monitora o risco de uma recessão causada pela alta dos juros nos EUA.
- A fala de Powell trouxe um alívio ao menos momentâneo para os mercados. Nasdaq saltou 4,06%, S&P 500 avançou 2,62% e Dow Jones subiu 1,37%.
- No Brasil, o dólar perdeu força e fechou em queda de 1,92%, a R$ 5,24. O Ibovespa seguiu o bom humor de fora e subiu 1,67%, a 101.437 pontos.
Por que os juros lá importam aqui? Fuga de investidores de ativos arriscados (como Bolsas), pressão inflacionária em economias emergentes, risco de desaceleração global da atividade.
- Esses são alguns dos efeitos esperados para um aperto monetário nos EUA.
- A alta dos juros nos EUA somada às incertezas fiscais e eleitorais brasileiras devem afastar os investidores estrangeiros, afirma Roberto Dumas, estrategista chefe do banco Voiter e professor do Insper.
E no Brasil, é hora de encerrar o ciclo de alta dos juros? Veja a opinião da colunista Solange Srour.
Empiricus nega relação com vídeo sobre TC
A Empiricus disse em nota nesta quarta que não tem relação com o vídeo anônimo que imputa crimes ao TC. O pronunciamento vem um dia após o presidente do TC, Pedro Albuquerque, afirmar à Folha que a concorrente era a responsável pela produção.
Entenda o caso: o vídeo passou a circular em grupos de WhatsApp do mercado em 28 de junho. Ele mostra uma mulher com maquiagem de palhaço dizendo que o TC manipula ações negociadas na Bolsa.
- Sem apresentar provas, ela fala em 17 supostos casos de assédio e pergunta se é verdade que houve um estupro coletivo de uma ex-colaboradora na sede da empresa. Segundo o TC, as insinuações são mentirosas.
- Na terça (26), Albuquerque havia reforçado em entrevista coletiva que a concorrente manipula o mercado de capitais com o objetivo de destruir sua empresa e obter lucros.
- Ele apresentou supostos trechos de conversas por WhatsApp que ele atribui a Felipe Miranda e Caio Mesquita, diretores da Empiricus.
Resposta: a Empiricus disse em nota nesta quarta que "as conversas apresentadas, que alegadamente teriam sido encaminhadas ao TC por um hacker, não são verdadeiras e não representam uma interlocução entre os Srs. Caio Mesquita e Felipe Miranda, e entre esses com terceiros".
- Leia aqui a nota da Empiricus da íntegra.
O TC, após ser procurado nesta quarta, disse que "reafirma com veemência e segurança todas as declarações feitas ontem [terça] por seu CEO, Pedro Albuquerque, em coletiva de imprensa, fundadas em indícios sólidos e na defesa dos interesses da companhia".
Preço do m2 esfria em SP
Depois de um boom observado na pandemia, o preço dos apartamentos na cidade de São Paulo caiu em média 5,5% em 2022.
A análise foi feita a partir de 176 mil vendas registradas pela prefeitura entre janeiro de 2019 e maio deste ano. Os dados foram levantados pela Loft Dados.
Em números: o preço médio pago por metro quadrado nos cinco primeiros meses de 2022 foi de R$ 4.598. No mesmo período do ano passado, o metro quadrado paulistano custou R$ 4.865 (corrigido pela inflação).
O que explica: o esfriamento é um reflexo de uma esperada normalização dos preços depois da alta demanda na pandemia, mas também tem influência de fatores estruturais.
- Se no auge da crise sanitária a Selic chegou aos 2% ao ano, o atual patamar de 13,25% ao ano encarece o financiamento imobiliário. A queda do poder de compra também dificulta.
A variação de preços por bairro: o recuo no preço médio do metro quadrado foi observado em em 80 dos 92 distritos com vendas, mas foi mais acentuado em regiões menos valorizadas, como Jaraguá (-15,2%), Capão Redondo (- 12,9%) e Cachoeirinha (-12,2%).
- Em distritos mais caros, como Moema (-4,4%), Jardim Paulista (-2,6%) e Pinheiros (-2,3%), a queda foi menor. Veja aqui a variação por distrito.
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