Paridade entre euro e dólar, PEC de R$ 41 bi avança na Câmara e o que importa no mercado

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É hora de comprar euro?

Pela primeira vez em 20 anos, o euro se desvalorizou a ponto de valer um dólar, patamar registrado nesta terça (12).

O que explica? É uma soma de valorização do dólar ao redor do mundo, impactos econômicos da guerra na Ucrânia, escalada da inflação com o encarecimento da energia e uma política menos agressiva de alta de juros do BCE (Banco Central Europeu).

É hora de comprar euro para viajar? Apesar da queda da cotação diante do dólar, a moeda comum já esteve mais em conta por aqui. A recomendação para quem tem uma viagem marcada é optar pelo preço médio, com compras aos poucos e em intervalos regulares.

  • Para quem vai viajar nas próximas semanas e principalmente para os que querem converter dólar em euro, o momento é considerado mais positivo, dizem os analistas.
Cédulas de euro e de dólar
Cédulas de euro e de dólar - Daniel Munoz/AFP

Quais os impactos na Europa?

  • Pressão nos preços das commodities: itens como petróleo e gás natural –relevantes fontes energéticas para a Europa– são cotados em dólar e devem continuar pressionando a inflação.
  • Exportações mais competitivas: os produtos de países da zona do euro ficam mais baratos para quem compra de fora, o que pode aliviar ao menos em parte a recessão projetada.
  • Alta nos juros: com uma expectativa de inflação persistente, o BCE deve acelerar o aperto monetário, encarecendo o crédito e debilitando a atividade econômica.

PEC dos benefícios é aprovada em 1º turno

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça (12), em primeiro turno, o texto-base da PEC que autoriza o governo a ampliar benefícios em ano eleitoral, a um custo de R$ 41,25 bilhões.

A proposta foi aprovada por 393 a 14 –eram necessários 308 votos a favor.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), decidiu suspender a votação dos destaques e do 2º turno por problemas técnicos.

Entenda: como a lei impede criação de benefícios em ano de eleições, o texto institui um estado de emergência, uma das exceções previstas na legislação e que também possibilita ao governo furar o teto de gastos para aumentar as despesas.

A votação em segundo turno ainda pode alterar o texto, pois a oposição tenta retirar o estado de emergência da proposta.



As medidas previstas para valer até o fim do ano:

  • Ampliação do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 a partir de agosto. Custo estimado de R$ 26 bilhões. A fila para o benefício também será zerada.
  • Vale mensal de R$ 1.000 para caminhoneiros autônomos a partir de julho. Custo estimado de R$ 5,4 bilhões.
  • Auxílio gás dobrado, a um custo de R$ 1,05 bilhão.
  • Tem também R$ 2 bilhões a taxistas, R$ 500 milhões para um programa que financia a doação de alimentos a famílias de baixa renda e R$ 2,5 bilhões para estados e municípios subsidiarem transportes públicos.

Duelo de argumentos:

  • A favor: os deputados governistas afirmam que a PEC é necessária para lidar com o aumento nos preços provocados pela guerra na Ucrânia e para ajudar mais de 30 milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade.
  • Contra: apesar de não ter votado de forma contrária à proposta, parlamentares da oposição chamam a PEC de eleitoreira por aumentar os benefícios apenas até o fim do ano, além de acusá-la de violar a legislação eleitoral.

Impacto na Bolsa: desde que a aprovação da PEC entrou no radar do mercado, as ações de empresas varejistas reagiram em alta.

  • A expectativa de aumento no consumo com a ampliação dos benefícios pode ampliar as vendas das companhias, cujos papéis despencaram nos últimos meses afetadas por inflação e juros.

BC vê risco de lavagem em operações da Binance

O Banco Central notificou o banco Acesso, que era responsável no Brasil pelas transações da corretora Binance, sobre o alto risco de lavagem de dinheiro nas operações da exchange e exigiu o envio de informações detalhadas sobre os clientes.

A ação gerou uma troca de acusações entre a Binance e a Capitual, braço financeiro da empresa com o Acesso, que culminou no congelamento de R$ 450 milhões em ativos da Capitual e na troca de operadora da Binance, que agora usa os serviços da Latam Gateway.

Representações de criptomoedas com o logo da Binance ao fundo
Representações de criptomoedas com o logo da Binance ao fundo - Dado Ruvic/Reuters


Entenda o caso: as corretoras criptos precisam de um agente financeiro (regulado pelo BC) que faça a ponte entre as operações feitas na plataforma e o dinheiro que entra na conta bancária individual dos clientes.

  • O problema, segundo o BC, foi que a Binance movimentou R$ 40 bilhões em 2021 sem que o Acesso tivesse qualquer controle sobre quem foram os clientes e se a origem dos recursos era lícita.
  • O BC determinou em maio que a Acesso passasse a ter condições de identificar cada cliente da Binance.
  • A Capitual então exigiu que a corretora precisaria migrar para um sistema em que cada cliente tivesse uma conta individual, em vez de toda a movimentação estar registrada em uma só conta da Binance.

Reação: a exchange que concentra 52% das operações com cripto no país viu no movimento uma forma de Acesso e Capitual terem acesso a sua carteira de clientes, algo que ela não queria, e então procurou por uma nova parceira.

  • A empresa considera que em nenhum momento foi solicitada pelo BC para individualizar contas e afirma que possui ferramentas e processos robustos para garantir a segurança das operações para todos os usuários.

99 faz parceria com líder em elétricos

A empresa de transporte por app 99 acertou uma parceria com a chinesa BYD, líder na venda de carros elétricos do mundo, para incentivar a adoção desse tipo de veículo em sua frota no Brasil.

A ideia: segundo as empresas, um modelo especificamente desenvolvido para uso de motoristas de aplicativo será testado a partir desta semana na cidade de São Paulo. O plano é ter 300 unidades rodando as ruas até o final do ano.

  • O D1 tem autonomia para 370 quilômetros e espaço ampliado para os passageiros. A economia de custos com combustível para os motoristas é de 80%, incluindo a manutenção, disse a 99.
Chinesa BYD lança utilitário esportivo Tan
Utilitário esportivo Tan lançado pelo BYD no Brasil - Divulgação

Modelo asiático: o projeto busca replicar o que já acontece na China, onde a Didi, que controla a 99 no Brasil, tem mais de 1 milhão de veículos elétricos e híbridos cadastrados em sua plataforma.

  • Para atingir o objetivo de somar 10 mil modelos elétricos em seu app até 2025, a 99 não pretende comprar os carros, mas facilitar as condições para o motorista poder alugar esses veículos junto a locadoras.
  • O D1, que será testado em São Paulo, tem custo estimado em R$ 270 mil, disse a BYD.
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