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Perícias do INSS na Justiça voltam a ser pagas após liberação de R$ 312,7 milhões

Peritos estavam sem receber; a partir de agora, pagamentos seguem regulares e processos ganham agilidade

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São Paulo

As perícias judiciais de ações que envolvem o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na Justiça voltaram a ser pagas pelo governo federal após a liberação de R$ 312,7 milhões permitidos pela aprovação da lei 14.331, de 2022.

O impasse no pagamento dos valores começou em 23 de setembro, data-limite para o governo arcar com os custos dos exames periciais, conforme a lei 13.876, de 2019.

Desde então, médicos e assistentes sociais que atuam em processos de benefícios por incapacidade, como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada), por exemplo, estavam sem receber. Agora, os processos devem andar com mais agilidade.

Cerca de 300 mil peritos vão receber R$ 82 milhões que deixaram de ser pagos há alguns meses - Adriano Vizoni/Folhapress

Segundo o CJF (Conselho da Justiça Federal), já foram repassados R$ 82 milhões para os TRFs (Tribunais Regionais Federais) quitarem as dívidas com 300 mil peritos —90% deles são médicos e o restante, assistentes sociais.

O total é referente ao que deixou de ser pago até junho deste ano. Os R$ 312,7 milhões são o orçamento total necessário para a quitação dessas dívidas ao longo de 2022. Segundo o CJF, do ponto de vista orçamentário, o pagamento das perícias prestadas em processos da Justiça Federal ocorrerá de forma contínua, "nas datas das programações financeiras ordinárias".

Na prática, o Executivo irá custear as perícias necessárias e, ao final do processo, se houver derrota do segurado e caso ele seja beneficiário da Justiça gratuita, o pagamento segue por conta do Executivo. Caso contrário, o cidadão terá de arcar com o custo. No entanto, para que os valores sejam liberados, é necessária a aprovação de um outro projeto, já em trâmite no Congresso, mas que ainda não tem relator e nem data para votação.

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A estimativa é que o país tem hoje mais de 4.000 peritos que atuam no Judiciário Federal sem receber pelo trabalho. A categoria envolve médicos e também assistentes sociais. Em média, médicos fazem de 10 a 20 perícias por dia. O custo é de R$ 200. Já os assistentes sociais fazem uma média de duas perícias por dia, já que, muitas vezes, é necessário deslocamento desses profissionais e os exames tomam mais tempo.

Como funcionam as perícias do INSS na Justiça

As perícias judiciais ocorrem quando o cidadão vai à Justiça contra o INSS por ter o benefício negado ou cortado, ou porque pede a revisão da renda.

Elas são feitas em casos de pedidos de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada), entre outros benefícios. São dois tipos de exame: o médico, para definir a doença, e a perícia social, que ocorre nas ações que envolvem concessão ou revisão de BPC.

Neste caso, é necessário avaliar a condição social do segurado, além da situação geral no caso das pessoas com deficiência que vão à Justiça em busca do benefício.

Benefícios na Justiça

O segurado pode ir à Justiça em busca dos benefícios do INSS caso sejam negados de forma administrativa ou a resposta demore para sair.

No INSS, o segurado não pede o benefício por incapacidade específico. Ele agenda uma perícia. Na Justiça, no entanto, pode fazer a solicitação direta conforme seu caso. Se a incapacidade for temporária, é o auxílio-doença que deve ser pedido. Se for permanente, a solicitação é de aposentadoria por invalidez.

Veja três casos em que o segurado pode ir ao Judiciário

1 - Se houver negativa do benefício

  • Caso o perito negue o benefício, o trabalhador pode ir direto ao Judiciário, sem entrar com recurso administrativo no INSS
  • Também é possível acionar a Justiça nos casos em que o cidadão entende estar incapacitado permanentemente, mas o perito concede o auxílio-doença

2 - Após 45 dias sem resposta do INSS

  • O segurado administrativamente tem até 45 dias para receber uma resposta do INSS
  • Se o instituto não se manifestar neste prazo, pode ir ao Judiciário
  • Acordo do INSS com o STF (Supremo Tribunal Federal) ampliou os prazos, mas especialistas afirmam que a lei tem força maior que o acordo e, com isso, o questionamento pode ser feito a partir de 45 dias para qualquer tipo de benefício

3 - Ao ter o benefício cortado na perícia de pente-fino

  • Ao ser convocado para a perícia do INSS, o cidadão deve marcar um exame em até 30 dias
  • Se passar pela perícia e a renda for cortada, o segurado pode ir à Justiça
  • Se tiver o benefício cortado porque perdeu prazos para marcar o exame, também pode ir ao Judiciário

Documentos necessários

  • Relatórios e laudos médicos sem rasuras, com nome do médico e CRM e CID (Código Internacional de Doenças), além da indicação de tempo que deve permanecer afastado
  • Receitas dos medicamentos, se tiver
  • Demais documentos que possam atestar a incapacidade

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