Tesla vende quase US$ 1 bi de bitcoins, credores pedem falência da Itapemirim e o que importa no mercado

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Tesla produz menos e se desfaz de bitcoins

Apesar de dificuldades de produção na China, a Tesla quase dobrou seu lucro no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2021. O resultado, porém, quebra a sequência de alta dos lucros trimestrais da montadora.

​A empresa também informou que vendeu cerca de 75% dos bitcoins que tinha em caixa (US$ 936 milhões), em meio ao derretimento das cotações da cripto neste ano.

Em números: o lucro líquido foi de US$ 2,26 bilhões (R$ 12,5 bi) no segundo trimestre, queda em relação aos US$ 3,3 bi dos três meses anteriores. De abril a junho de 2021, o lucro havia sido de US$ 1,14 bi.

O que explica: a Tesla entregou menos veículos no segundo trimestre com as políticas chinesas de lockdown que atrapalharam a produção de sua fábrica de Xangai. Esse gargalo a fez perder a liderança nos elétricos.

  • Elon Musk, CEO da montadora, disse que essa também foi a razão para a empresa ter vendido 75% dos bitcoins que possuía. Ele afirmou que a companhia precisava de dinheiro em caixa para enfrentar essa turbulência.
Loja da Tesla em Singapura
Loja da Tesla em Singapura - Chen Lin - 16.07.2022/Reuters

Mais sobre a Tesla:

Um júri da Flórida considerou a fabricante 1% negligente na morte de um jovem de 18 anos, cujo sedã Model S bateu em um muro depois que o limitador de velocidade do veículo foi desativado.

O adolescente e seu pai, segundo o júri, tiveram 99% de culpa.


Credores pedem falência da Itapemirim

A EXM Partners, administradora do processo de recuperação judicial do Grupo Itapemirim, pediu à Justiça a falência da Viação Itapemirim e demais empresas.

Entenda: a alegação é de que o processo de recuperação judicial da Itapemirim não está sendo cumprido, com os credores ainda sem receber.

  • A administradora reforçou que o Grupo Itapemirim não presta contas desde novembro de 2021 e apontou inadimplência de obrigações trabalhistas desde dezembro até junho deste ano.

Novo dono? A EXM Partners afirma ter recebido proposta —que considerou vantajosa aos credores— da Transportadora Turística Suzano de arrendamento por 12 meses "de todas as linhas, guichês, marcas e parte dos imóveis operacionais das recuperadas".

Relembre: em recuperação judicial desde 2016, o grupo Itapemirim soma dívidas tributárias de quase R$ 2 bilhões.

  • Além de não cumprir os planos, os credores reclamam que a empresa desviou dinheiro para financiar a Ita Transportes Aéreos.

Os sinais que vêm das commodities

A queda recente das cotações de diversas commodities ligou um sinal amarelo de risco de desaceleração mundial, com o mercado prevendo uma menor demanda em um cenário de recessão.

Em números:

  • Soja: com contratos futuros negociados abaixo de US$ 15, os preços da oleaginosa estão perto do patamar do começo do ano e 18% abaixo do pico de junho.
  • Milho: preços futuros caíram para US$ 5,88 por bushel (o equivalente a 27,2 kg), o menor patamar em seis meses.
  • Minério de ferro: está bem abaixo do nível em que estava antes do início da Guerra da Ucrânia. É afetado pelo drama do mercado imobiliário chinês, que afeta commodities ligadas à construção.

O que explica: a queda na expectativa de demanda reflete as contas do mercado para uma possível recessão global vindo por aí, causada principalmente pela alta dos juros mundo afora.

Impacto na inflação? Caso a queda nas commodities agrícolas persista, o brasileiro até poderia ver um alívio nos preços dos alimentos no supermercado. Para isso, porém, o câmbio precisa ajudar, o que não vem acontecendo.

  • Depois de ter encostado em R$ 4,61 em abril, o dólar engatou uma trajetória de fortalecimento frente ao real e fechou o pregão desta quarta a R$ 5,462.

Multa pode encerrar 'inferno' da Didi

A China deve aplicar uma multa de mais de US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) na Didi, de transporte por app, para encerrar investigações contra a empresa, segundo o Wall Street Journal.

Entenda o caso: a empresa que é dona da 99 no Brasil foi impedida por Pequim de adicionar novos usuários logo após ter feito seu IPO (oferta de inicial de ações) na Bolsa de Nova York (Nyse), em junho de 2021.

  • Na época, autoridades chinesas abriram uma investigação sobre como a empresa administrava os dados dos usuários, no que foi interpretado pelo mercado como um dos casos mais simbólicos de repressão às companhias que abriram capital nos EUA.
  • A multa e o adeus ao mercado americano devem abrir caminho para que a empresa possa voltar a adicionar usuários e fazer IPO na Bolsa de Hong Kong, segundo o WSJ.

Histórica: a multa será a mais alta cobrada de uma big tech chinesa desde que o Alibaba foi condenado a pagar US$ 2,75 bilhões (R$ 14,8 bilhões) em abril de 2021 por práticas anticompetitivas.

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