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Deflação em julho
A redução dos impostos sobre combustíveis e energia levou o Brasil a registrar deflação de 0,68% em julho. É a menor taxa registrada pelo IPCA, com dados desde 1980, informou o IBGE nesta terça (9).
A alta dos preços dos alimentos, com maior peso no bolso dos mais pobres, segue preocupando.
Em números: o mercado esperava queda de 0,65% para o mês. No acumulado de 12 meses, o IPCA segue acima dos dois dígitos: 10,07%.
Cinco pontos para entender a deflação de julho:
1 - O que é deflação? É o contrário da inflação, ou seja, uma variação negativa dos preços entre dois momentos.
2 - O que puxou o IPCA para baixo: os grupos de transportes (-4,51%) e habitação (-1,05%), justamente os dois diretamente afetados pelo teto de 17% a 18% do ICMS.
- A gasolina caiu 15,48% e teve o maior impacto individual no índice (-1,04 ponto percentual). No grupo habitação, a energia elétrica residencial teve baixa de 5,78%.
3 - Comida ainda preocupa: os outros sete grupos da pesquisa subiram em julho, com destaque para alimentação e bebida (1,30%).
- A inflação desse grupo foi puxada por leite e derivados, em meio à entressafra e aos custos elevados de produção. O leite longa vida saltou 25,46%.
- O item com maior alta foi a melancia (31,26%), o com a maior baixa foi o tomate (-23,68%). Veja aqui os maiores avanços e as maiores quedas para o mês.
4 - Chegou em quem ganha mais: em São Paulo, a deflação alcançou apenas as famílias com renda mensal acima de oito salários mínimos (R$ 9.696), de acordo com o IPC FX, índice da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
5 - Difusão: o índice que mede a inflação "espalhada" pelos setores da economia foi de 63% em julho. Apesar de ter sido o mais baixo desde março de 2021, mostra que quase dois terços dos preços do IPCA subiram.
Mais sobre deflação de julho:
- Poupança segue com retorno real negativo em 12 meses mesmo com queda no IPCA.
Alívio para discretos e arrependidos
O WhatsApp começou a disponibilizar nesta semana novos recursos aos usuários do app: mais tempo para excluir mensagens e funções para esconder o status online, sair de fininho dos grupos e bloquear prints em mensagens de visualização única.
Entenda: o prazo para excluir mensagens agora é de "pouco mais de dois dias", estendendo bastante o antigo limite de uma hora, oito minutos e 16 segundos.
- A novidade, assim como a saída de grupos sem notificar todos os usuários, apenas o administrador, já estão valendo. As outras duas serão ativadas durante este mês.
- O fim do status online pode ser um alívio para quem já desabilitou a função "visto por último", mas que é dedurado pelo app toda vez que acessa as mensagens.
- Essa função é a única que precisa de uma ação do usuário para ser habilitada. Veja aqui o passo a passo.
Mark Zuckerberg, presidente da Meta (dona de Facebook, WhatsApp, Instagram), disse que a empresa continuará "criando novas maneiras de proteger suas mensagens e mantê-las tão privadas e seguras quanto as conversas presenciais".
- A Folha mostrou no ano passado como as big techs têm apostado em segurança para conquistar os usuários em meio a pressões regulatórias e escândalos relacionados à privacidade.
Como vai funcionar o embarque biométrico
O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, serão os primeiros terminais brasileiros a implantar de forma definitiva o embarque facial biométrico para passageiros e tripulantes.
Será a primeira ponte aérea biométrica em funcionamento do mundo.
Para que serve: a iniciativa dispensa a apresentação de cartões de embarque e documentos de identificação dos viajantes. Ela tem o objetivo de agilizar e tornar mais seguro o acesso de passageiros e tripulantes.
Como vai funcionar: quando o passageiro fizer o check-in, ele deverá fazer a validação biométrica associada a seu voo e aceitar os termos da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) a cada novo voo.
- Neste início, para usar o sistema, o usuário deve dispor de documento biométrico válido (CNH digital ou Título de Eleitor digital). Depois, cada companhia poderá adotar procedimentos próprios.
A biometria facial será usada em duas etapas:
- Sala de embarque: totens farão a leitura biométrica da face, consultando a base do governo, o cadastro e o cartão de embarque do passageiro.
- Portão de embarque: após mais uma leitura facial, o usuário estará permitido para acessar a aeronave.
Em números: a tecnologia foi testada em sete aeroportos do país de outubro de 2020 a janeiro deste ano com mais de 6.200 passageiros.
- Um dos resultados verificados foi a economia de 27% no tempo de embarque: de 7,5 segundos para 5,4 segundos por passageiro.
O projeto é do governo federal e envolve os ministérios da Infraestrutura, Economia, a Serpro, empresa de tecnologia do governo, e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Herdeira renuncia a mais de R$ 20 bi
Uma jovem de 29 anos abdica de uma herança de cerca de 4 bilhões de euros (aproximadamente R$ 21 bilhões, ao câmbio de hoje) porque não quer ser muito rica.
Quem é: a alemã Marlene Engelhorn é descendente dos fundadores da empresa Basf, que em 2021 teve uma receita de 78 bilhões de euros.
- Desde o ano passado, ela tem recebido destaque na mídia europeia por rejeitar 90% do patrimônio a que tem direito.
Profissão herdeira: a jovem não se esquiva do rótulo de "menina rica". Ela é neta de Traudl Engelhorn, que hoje ocupa a posição 687 no ranking da Forbes das pessoas mais ricas do mundo.
- "Não fiz nada para receber este legado. Isso é pura sorte na loteria de nascimento e pura coincidência", disse Marlene.
Equilíbrio: ela integra um movimento formado por herdeiros de grandes fortunas que defende uma maior redistribuição de riqueza e o aumento de impostos para milionários, o Taxmenow ("taxe-me já", em inglês).
- As críticas a uma tributação considerada regressiva (que pesa proporcionalmente mais em quem ganha menos) também encontram apoio em outros magnatas.
- Em janeiro, durante encontro virtual do Fórum Econômico Mundial, mais de cem milionários e bilionários pediram para que suas riquezas fossem taxadas. Um dos signatários foi a herdeira da Disney, Abigail Disney.
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