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Bolsa tem 6ª alta apoiada em Itaú e Vale, apesar de queda global

Dólar e juros sobem com mercado esperando dados da inflação nos EUA

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São Paulo

Ganhos das ações do setor bancário somados ao desempenho positivo do ramo das matérias-primas impulsionaram a alta da Bolsa de Valores brasileira nesta terça-feira (9), que resistiu a um dia de valorização do dólar e de elevação dos juros diante da tensão de investidores que esperam a divulgação da inflação nos Estados Unidos nesta quarta-feira (10).

O Ibovespa, índice parâmetro da Bolsa, subiu 0,23%, a 108.651 pontos. Essa foi a sexta elevação consecutiva do indicador, que avançou na contramão dos principais mercados mundiais.

Entre os papéis que tiveram maior peso nesse resultado estão os ganhos de Itaú Unibanco (2,61%), Vale (2,07%), Banco do Brasil (1,67%) e Petrobras (1,64%).

O lucro líquido de R$ 7,7 bilhões do Itaú no segundo trimestre de 2022, divulgado na véspera, deu fôlego ao setor bancário nesta sessão.

"Itaú veio com balanço muito bom", comentou Marcus Labarthe, fundador da GT Capital Investimentos.
No lado negativo do pregão, empresas ligadas ao consumo e serviços caíram.

Nota de dólar
Nota de dólar - Dado Ruvic - 17.jul.2022/Reuters

A empresa de viagens CVC desabou 10,96%. Investidores apostaram na desvalorização da companhia após o J.P. Morgan ter rebaixado os preços dos papéis da companhia, disse Labarthe.

Em Nova York, os índices de ações mais importantes caíram. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq perderam 0,18%, 0,42% e 1,19%, nessa ordem. O indicador que acompanha as 50 principais empresas da Europa cedeu 1,11%.

A apreensão quanto aos dados do exterior contrastou com sinais positivos no cenário doméstico. A ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central apontou para a estabilização da taxa de juros, enquanto a deflação mensal registrada pelo IPCA de julho confirmou a expectativa de desaceleração dos preços.

Desempenhos negativos de alguns setores da Bolsa brasileira nesta tarça, assim como elevação dos contratos de juros com vencimento a partir de 2025, podem ter mais relação com a expectativa para a inflação nos EUA, nesta quarta, do que com os dados da economia doméstica, segundo Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

Ela considera que a ata do Copom deixou claro que o Banco Central "pretende conduzir a Selic para um patamar terminal provavelmente em 13,75%" ao ano.

"O plano de voo parece ser deixar a Selic nesse patamar por mais tempo", disse Abdelmalack.

Dólar sobe 0,31% com investidor atento a inflação nos EUA

No câmbio brasileiro, o dólar subiu 0,31%, cotado a R$ 5,1290. "O dólar avançou, indicando demanda pela moeda na faixa dos R$ 5,15, sugerindo cautela dos investidores que estarão atentos aos dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos", comentou Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

Novos dados sobre a inflação americana nesta semana podem dar pistas se o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) manterá ou não o ritmo do aperto monetário.

Na semana passada, a criação de vagas de trabalho acima das expectativas para julho surpreendeu o mercado.

Isso indicou que a economia americana não estava em recessão, apesar de duas quedas trimestrais consecutivas do PIB (Produto Interno Bruto).

Por isso, investidores voltaram a considerar que o Fed manterá um nível semelhante de aumento da sua taxa de juros das duas últimas reuniões, de 0,75 ponto percentual.

No mercado de petróleo o dia foi de volatilidade. Os preços alternaram em resposta às preocupações com a interrupção do fluxo em um oleoduto que passa pela Ucrânia para levar a matéria-prima da Rússia para Hungria, Eslováquia e República Tcheca, conforme reportou a Bloomberg.

No final do dia, porém, o barril do Brent recuava 0,26%, cotado a US$ 96,40 (R$ 493,74). Mais cedo, chegou a ser cotado acima dos US$ 98.

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