Dona do Burger King Brasil recusa oferta de fundo árabe, leilão de aeroportos e o que importa no mercado

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Oferta recusada

A Zamp (ex-BK Brasil), grupo responsável pelas operações do Burger King e do Popeyes no país, comunicou nesta quarta (17) que seu conselho de administração rejeitou a proposta de aquisição feita pelo fundo árabe Mubadala Capital no início de agosto.

Segundo o comunicado, o preço por ação da oferta não é condizente com o valor da empresa.

Relembre: a MC Brazil F&B Participações S.A, controlada pelo fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, já possui 4,95% do capital da Zamp e fez uma proposta para comprar 45,15% das ações, o que a faria assumir o controle da companhia.

  • A oferta era de R$7,55 por ação, numa operação que totalizaria R$938,6 milhões.
  • Parecer contratado pela Zamp aponta que o valor justo das ações de emissão oscila entre R$ 9,96 e R$ 13,47, com ponto médio de R$ 11,72, valores superiores ao preço da oferta.
  • As ações da companhia encerraram o pregão desta quarta em R$ 8,40. A negativa sobre a proposta foi divulgada após o fechamento da Bolsa.
Loja da rede em São Paulo - Paulo Whitaker - 3.set.2010/Reuters

É a segunda vez que o "rei do hambúrguer" não aceita seguir adiante com uma oferta societária.


Copa, 5G e auxílio animam varejo

As maiores varejistas do Brasil esperam um segundo semestre com vendas aquecidas por Copa, chegada do 5G e aumento do Auxílio Brasil, que devem se somar a Natal e Black Friday, tradicionais datas positivas para o setor.

Em entrevistas a jornalistas e analistas após a divulgação dos resultados, os representantes de Americanas, Via (Casas Bahia e Ponto Frio) e Magazine Luiza citaram um otimismo "cauteloso", com um cenário de juros e inflação ainda preocupante.

O que explica: o quarto trimestre deve ser mais positivo para as varejistas brasileiras, por concentrar a Copa fora de época e as datas festivas com um esperado alívio da inflação –no ano passado, a alta dos preços marcou a "Black Friday da comida".

  • Nas capitais brasileiras que já têm acesso ao 5G, a demanda por aparelhos compatíveis com a nova tecnologia –que custam acima de R$ 2000– aumentou entre 30% e 40%, aponta o Magalu.

Respiro: a expectativa por melhora nas vendas no segundo semestre também aparece nas ações das varejistas, que vinham passando por maus bocados diante da soma perversa de inflação e juros.

  • Até a tarde desta quarta, as ações do Magalu subiam cerca de 60% em agosto, mas ainda caíam 43% no ano.
  • Os papéis da Via tinham ganhos de 45% no mês e perdas de 34% no ano, enquanto a valorização da Americanas é de 3% em agosto e recuo de 53% em 2022.

Grupo espanhol deve ficar com Congonhas

O leilão da sétima rodada do programa de concessões de aeroportos, nesta quinta, pode expandir para mais de 90% o tráfego nacional repassado à iniciativa privada.

O destaque do certame é o aeroporto de Congonhas, que será oferecido em um bloco com outros dez terminais.

Em números: os três blocos que serão leiloados nesta quinta processam cerca de 16% do total de tráfego de passageiros do país (cerca de 30 milhões de viajantes por ano segundo dados de 2019, antes da pandemia).

  • Eles devem se somar aos 75,8% do tráfego nacional que foi vendido a agentes privados de 2011 a 2021.

A joia da coroa: o vencedor do bloco que contém o aeroporto de Congonhas deve ser o grupo espanhol Aena, que atua na região Nordeste e foi o único a apresentar proposta pelo conjunto, como adiantou a Folha.

  • O total de investimentos nesse bloco é de R$ 5,8 bilhões por 30 anos (período da concessão), sendo R$ 3,3 bilhões apenas em Congonhas.

Filé com osso: é a estratégia adotada pelo Ministério da Infraestrutura para incluir em um mesmo grupo um aeroporto mais movimentado (caso de Congonhas) com outros menores, que poderiam não atrair interessados caso fossem ofertados sozinhos.



O que mais está em jogo na 7ª rodada de leilão de aeroportos:

  • Bloco Aviação Geral RJ-SP: aeroportos Campo de Marte e Jacarepaguá, que são de aviação executiva. A única proposta foi apresentada pela XP, em parceria com a empreiteira francesa Egis. O investimento estimado é de R$ 560 milhões.
  • Bloco Norte II: aeroportos de Belém (PA) e Macapá (AP). Será o mais concorrido, com ao menos três propostas. Os investimentos previstos são de R$ 874,77 milhões.

B3 propõe mais diversidade

A B3 apresentou uma proposta nesta quarta (17) para que todas as empresas com ações na Bolsa brasileira tenham ao menos uma mulher e um representante de grupos minorizados em seu conselho administrativo ou diretoria estatutária.

A companhia cita como integrantes do segundo grupo negros, pessoas com deficiência e integrantes da comunidade LGBTQIA+.

Prazo: a ideia da B3 é que as normas entrem em vigor em 2023 e comecem a valer a partir de 2025. A proposta está aberta para discussão em audiência pública por 30 dias.

As companhias que não cumprirem as regras terão que se justificar publicamente. Caso isso não ocorra, os casos mais graves podem ser punidos até com a deslistagem da empresa (fim das negociações das ações), segundo prevê a proposta.

Em números: aproximadamente 60% das 423 companhias com ações na Bolsa não têm nenhuma mulher entre seus diretores estatutários. No conselho, essa parcela é de 37%, diz um levantamento feito pela B3 neste ano.

  • A companhia disse que a ocupação de mulheres em cargos de alto escalão vem evoluindo nos últimos anos.

Agenda ESG: a B3 também propõe mudanças na política de remuneração variável das companhias, que deverá incluir indicadores de desempenho ligados a temas ou metas ESG (sigla para boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa).

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