Esta é a edição da newsletter FolhaMercado desta segunda-feira (1º). Quer recebê-la de segunda a sexta, às 7h, no seu email? Inscreva-se abaixo:
A distribuição recorde de dividendos anunciada pela Petrobras agradou ao mercado e vai ajudar o governo a bancar os auxílios, mas também gerou críticas de analistas, sindicatos e até de conselheiro.
O que explica: a preocupação em comum é que esses recursos poderiam ser destinados para ampliar investimentos da companhia.
- Um dos representantes de acionistas minoritários no conselho, Francisco Petros diz que o dinheiro poderia ir para redução de emissões, satisfação dos usuários de energia e redução do custo de energia.
- No fim do ano passado, a Petrobras manteve em seu plano estratégico a decisão de não investir em projetos de geração de energia renovável.
- O movimento vai na contramão de seus principais concorrentes, que veem no petróleo, um combustível fóssil, um dos ameaçados pela transição energética.
- A Petrobras defendeu em teleconferência dos resultados a distribuição dos dividendos e disse que ela não impacta na decisão de investimentos.
Não é de hoje: a estratégia da companhia de priorizar o investimento no pré-sal, área em que possui baixo custo e alta produtividade, vem desde 2019, na gestão Roberto Castello Branco.
- Nessa época também foi aprovada a atual política de dividendos. Ela prevê a distribuição de 60% da geração de caixa da companhia, descontados os gastos com investimentos, a cada trimestre em que a dívida bruta estiver abaixo de US$ 65 bilhões.
Mais sobre mercado financeiro:
- Veja 15 ações em baixa com potencial de subir após as eleições, segundo analistas.
- Descubra no blog De Grão em Grão quanto rendeu uma carteira diversificada na última década.
- Desocupação cai, PIB sobe, mas donos do dinheiro querem saber da eleição, escreve o colunista Marcos de Vasconcellos.
TikTok além das dancinhas
O boom do TikTok nos últimos anos trouxe à plataforma profissionais de diferentes áreas que apostam na produção de conteúdo na rede –sem ter de recorrer às características dancinhas do app– para promover a imagem e aumentar a renda.
O que explica: a capacidade de viralização dos conteúdos produzidos no app chinês, que foi o mais baixado do mundo em 2020 e já desbancou o Instagram e o YouTube entre os mais jovens.
- É esse perfil de público que profissionais como professores, advogados e dentistas tentam alcançar com vídeos curtos e dinâmicos, o modelo apropriado para o app.
- A estratégia para ampliar a clientela é semelhante à de outras redes: mostrar que tem conhecimento na área, angariar seguidores e tornar-se referência no assunto. A diferença, no caso do TikTok, está na maneira com que o conteúdo é compartilhado.
A Folha conversou com uma advogada criminalista, uma psiquiatra, um professor de química e uma dentista pediátrica que bombam no TikTok para entender suas estratégias.
- Veja aqui outras dicas de como utilizar o tiktok para promoção profissional.
Mais sobre TikTok e rede sociais:
- Instagram desiste dos planos de "imitar" o app chinês após reclamações de usuários e influenciadores.
- O Instagram que conhecemos vai acabar, escreve o colunista Ronaldo Lemos.
- O que nos deixa tão viciados no TikTok, segundo a ciência.
Streaming de games
Depois de revolucionar as indústrias do cinema e da música, a onda do streaming deve chegar aos games.
Entenda: trata-se do cloud gaming, ou jogos na nuvem. A ideia é que os usuários possam jogar em qualquer dispositivo, sem ter a obrigação de adquirir dispositivos específicos, como os consoles PlayStation, Nintendo e Xbox.
- O "streaming de games" funciona com servidores remotos, que transmitem o jogo para o dispositivo do usuário.
- Os agentes do setor veem o modelo como uma alternativa que pode se tornar mais acessível que os consoles, mas que não necessariamente vá substituí-los.
Em números: ainda em processo de evolução, em 2021 o mercado de cloud gaming movimentou US$ 1,5 bilhão (R$ 7,7 bilhões) no mundo e US$ 47 milhões (R$ 247 milhões) na América Latina. Os dados são da consultoria Newzoo.
O que há disponível: no Brasil, o principal serviço é o Xbox Cloud Gaming, que integra a plataforma Game Pass. Nela estão cerca de cem títulos, entre produções de orçamento milionário, independentes e até brasileiras.
- O plano com o cloud gaming custa R$ 44,99 ao mês e a ferramenta demanda ainda um controle.
O que pode emperrar a novidade: a conexão de internet tem que ser estável e veloz, porque é ela que envia os comandos do dispositivo do usuário para a nuvem e de lá para então retornar à tela.
- Mesmo com a melhor internet disponível, jogar online pela nuvem ainda não é ideal, mas a alternativa vem evoluindo bastante nos últimos anos.
Gosta de games? Leia a última edição da newsletter Combo e se inscreva para receber todas as segundas.
Startup da Semana: FinanZero
O quadro "Startup da Semana" traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.
A startup: fundada em 2015 por suecos, a fintech funciona como uma agregadora para pedidos de empréstimo online, que promete facilitar a busca de pessoas físicas por crédito.
Em números: a startup anunciou na última semana ter recebido um aporte de US$4,1 milhões (R$ 21,2 milhões). O investimento vem pouco mais de um ano depois de a FinanZero ter captado US$ 7,1 milhões (R$ 36,8 milhões).
Os investidores: o aporte teve participação de VEF, Webrock Ventures, Dunross & Co e Atlant Fonder.
Que problema resolve: a empresa atua no serviço de comparação de empréstimos, conectando as mais de 60 instituições financeiras cadastradas aos usuários em busca de empréstimo.
- Após fazer o cadastro, o interessado recebe até dez ofertas de crédito pré-aprovadas em cinco minutos. Após o pedido ser aprovado, o dinheiro cai na conta em até 48 horas.
Por que é destaque: em um momento de crédito encarecido pela alta nos juros, os serviços da FinanZero facilitam a comparação de diferentes taxas e podem ser uma mão na roda para quem precisa de empréstimo – alternativa que deve ser avaliada com cuidado.
Mais sobre a startup: a fintech contabiliza 31 milhões de pedidos de empréstimos realizados e cerca de 1,5 milhão de novas solicitações por mês.
- O sueco Olle Widén, CEO e cofundador da FinanZero, disse ao site Startups que o planejamento é atingir o breakeven (equilíbrio entre receitas e custos) no ano que vem.
A semana em resumo
Foram 14 rodadas de captação feitas na América Latina, com US$ 93 milhões (R$ 482,5 milhões) em investimentos. O Brasil concentrou 13 delas –a outra foi no Chile.
Os dados são fornecidos pela plataforma Sling Hub.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.