O ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (5) que o país voltará a ser comandado pela classe trabalhadora caso saia vitorioso das urnas nas eleições de outubro, e prometeu promover ajustes no imposto de renda dos contribuintes.
"Humildemente a classe trabalhadora vai voltar a dirigir esse país e vocês vão ter um presidente que vai na porta da fábrica dizer para vocês que nós vamos fazer os reajustes necessários no imposto de renda da classe trabalhadora", disse Lula no lançamento do livro "Quatro décadas com Lula: O poder de andar junto", de Clara Ant, e do documentário "Bastidores da Vitória", de Luciana Sérvulo.
Lula discorreu sobre as conquistas de seu governo na área econômica, como a redução da taxa de juros, da inflação e do desemprego. Lembrou que o salário mínimo tinha uma regra de correção acima da inflação. Criticou, ainda, as mudanças nas leis trabalhistas que fragilizaram os direitos dos trabalhadores depois que o PT deixou o governo.
Segundo Lula, a situação do país agora é pior do que a de 2003, quando assumiu a Presidência da República pela primeira vez. "Vocês sabem perfeitamente bem que esse país tinha mudado", afirmou.
Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também afirmou que irá corrigir a tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) em 2023, promessa feita por ele em 2018 e até agora não cumprida. Na última terça (2), Bolsonaro disse que a mudança já será incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias, no Congresso Nacional.
"Já está conversado com Paulo Guedes, vai ter atualização da tabela do IR pro próximo ano. Já está garantido já, não sei o porcentual. Está virando redutor de renda, não uma tabela", disse.
Porém, conforme mostrou a Folha nesta sexta, o reajuste da tabela do IRPF ficou de fora da peça orçamentária a ser enviada pelo Executivo no fim do mês. Os cálculos para o envio do Orçamento foram discutidos em reunião desta quinta-feira (4) da JEO (Junta de Execução Orçamentária), formada pelos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Paulo Guedes (Economia).
As faixas salariais usadas para aplicar o desconto do Imposto de Renda estão congeladas desde 2015 —o que, na prática, significa maior carga tributária para as famílias. Qualquer mudança, por outro lado, significará perda de receitas para a União.
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