Nubank nomeia novo presidente e supera Santander Brasil em clientes

Youssef Lahrech assumirá parte das funções do fundador e presidente-executivo David Vélez

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Aluísio Alves
São Paulo | Reuters

O Nubank anunciou nesta segunda-feira (15) que um de seus principais executivos acumulará o novo cargo de presidente, assumindo parte das funções do fundador e presidente-executivo David Vélez, a quem se reportará.

O banco digital afirmou que Youssef Lahrech, diretor de operações da companhia há dois anos, "administrará diretamente a operação, orçamento e o desempenho das métricas-chave para os produtos globais, as plataformas globais, as operações de mercado e as funções corporativas".

Outros executivos do Nubank, incluindo a cofundadora e presidente do Brasil, Cristina Junqueira, vão se reportar a Lahrech.

Prédio do Nubank, em São Paulo
Prédio do Nubank, em São Paulo - Paulo Whitaker - 19.jun.2018/Reuters

"David Vélez continuará a orientar e manter a supervisão da gestão operacional, da liderança, cultura e reputação" do Nubank, afirmou a companhia. Vélez "priorizará a estratégia de longo prazo, incluindo o desenvolvimento de produtos, a expansão para novos mercados e novas aquisições", acrescentou a instituição.

Com isso, a empresa vai criar a posição de diretor de desenvolvimento corporativo, que se reportará diretamente a Vélez.

O anúncio, uma semana após o banco ter anunciado a saída da cantora Anitta de seu conselho de administração, veio no momento em que o Nubank divulgou seus resultados do segundo trimestre, com lucro líquido ajustado de US$ 17 milhões. A previsão média de analistas ouvidos pela Refinitiv era de 23,3 milhões.

O grupo criado em 2013, que estreou na Nasdaq em dezembro passado, vem enfrentando crescente escrutínio de analistas, no momento em que a combinação de juros e inflação altos têm pressionado a renda das famílias no Brasil e ditado uma postura mais cética do mercado com empresas de alto crescimento.

O Nubank, porém, apresentou nova rodada de expansão no segundo trimestre, tanto da base de clientes quanto receita. O banco fechou junho com 65,3 milhões de usuários, incluindo Brasil, México e Colômbia, um aumento de 57% em 12 meses.

A receita total cresceu 230%, para US$ 1,2 bilhão. A receita média por cliente subiu 105% ano a ano, a us$ 7,8, enquanto o custo médio por cliente foi de US$ 0,80, estável.

No Brasil, seu principal mercado, o Nubank chegou a 62,3 milhões de clientes no fim de junho, alta de 51% sobre um ano antes. "Isso provavelmente posiciona o Nu como a quinta maior instituição financeira do Brasil em número de clientes", afirmou o banco em comunicado. Embora não tenha mencionado nomes, o Nubank supera o Santander Brasil, que recentemente divulgou que tinha 56,1 milhões de clientes no fim de junho.

CRÉDITO

Um dos principais pontos de atenção de investidores em relação aos balanços de bancos brasileiros do segundo trimestre, a qualidade da carteira de crédito do Nubank também mostrou deterioração, com o índice de inadimplência acima de 90 dias subindo de 3,5% para 4,1%.

Segundo Vélez, porém, como o índice de 15 a 90 dias ficou estável em 3,7%, o banco tem espaço para continuar ampliando as operações de crédito, ainda que esteja observando essa operação "com bastante cuidado", diante do cenário de juros mais altos.

Sem citar números, Vélez disse também que o Nubank tem tido boa evolução na captação de recursos, mesmo após ter anunciado no mês passado que os depósitos de clientes não mais renderiam durante os primeiros 30 dias.

"É melhor para nós e para os clientes", disse ele à Reuters, alegando que boa parte da rentabilidade dos primeiros 30 dias era levada pela incidência de IOF.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.