Brasil pode crescer mais do que a China em 2022, diz Guedes

Ministro afirmou que governo tem MP pronta para incentivar produção nacional de semicondutores

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Brasília | Reuters


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta (28) que a economia do Brasil pode crescer mais do que a da China pela primeira vez em 42 anos.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o ministro ainda disse que o governo tem uma MP (Medida Provisória) pronta para incentivar a fabricação de semicondutores no país.

A economia chinesa, no entanto, vem perdendo fôlego. Na terça (27), o Banco Mundial reduziu a previsão para o PIB da China para 2,8%, uma desaceleração significativa em relação à previsão anterior do banco, de 5%.

Paulo Guedes, ministro da Economia, fala em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília - Adriano Machado - 6.jun.2022/Reuters

Já no Brasil, a previsão atual do Ministério da Economia para o PIB de 2022 está em 2,7%, mas Guedes tem afirmado que espera uma alta de até 3%. O mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,67% em 2022.

Sobre a produção nacional de semicondutores, o ministro citou na entrevista ao programa Pânico uma possível MP para instalar fábricas no país, mas não detalhou a medida. Apenas citou incentivos tributários ao setor, como a isenção de Imposto de Renda.

Gargalos na produção desses componentes eletrônicos têm criado dificuldades para indústrias em todo o mundo, incluindo o Brasil.

Na entrevista, Guedes também voltou a questionar pesquisa que apontou a existência de 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil, classificando o estudo com "fake news". Segundo ele, o governo encontrou 38 milhões de pessoas invisíveis durante a pandemia e está "dando dinheiro para todo mundo".

O ministro já havia questionado os dados durante evento do setor automotivo em São Paulo na semana passada. Na ocasião, ele disse: "Isso são fatos econômicos, não adianta. A tática política é de barulho: 33 milhões de pessoas passando fome. É mentira, é falso. Não são esses os números".

Nesta quarta, o ministro ainda afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem seus méritos no combate à pobreza, mas disse que foi o governo Jair Bolsonaro (PL) o responsável por triplicar repasses sociais no Auxílio Brasil.

Lula está em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, seguido por Bolsonaro, em segundo.

Guedes intensificou nas últimas semanas suas aparições públicas, na reta final antes do primeiro turno das eleições. Na segunda (26), ele participou de evento com empresários em Salvador. Nesta terça (27), foi o convidado do podcast Flow.

O papel de cabo eleitoral assumido pelo ministro, atacando adversários, fazendo promessas para um novo mandato e exaltando os feitos de sua gestão vem sendo alvo de críticas.

Embora a atuação em campanha não seja proibida, especialistas avaliam que o chefe da equipe econômica pode ter violado a lei eleitoral e praticado ato de improbidade administrativa ao usar da estrutura estatal e de sua posição no governo para favorecer o candidato à reeleição.

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