'Momento é perfeito para investir em aviação no Brasil', diz executivo americano

Grupo de fornecedores visita o país em busca de novos negócios com a Embraer e outras empresas

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São Paulo

Uma missão de nove empresas fornecedoras de materiais de aviação dos Estados Unidos visita o Brasil nesta semana, em busca de novos negócios. Para Elvis Perez, vice-presidente de vendas da Click Bond, o Brasil oferece um cenário ideal para receber investimentos.

"É um momento perfeito para investir aqui. A cultura aeroespacial está no DNA [do Brasil], há um entendimento único da indústria e da tecnologia. Isso se combina com o momento do mercado aéreo, que está tendo uma retomada depois da pandemia. E há abertura para novas ideias", diz Perez, cuja empresa fornece fixadores para aviões, como adesivos e parafusos, e fatura US$ 150 milhões por ano.

Aeronave modelo E-175, da Embraer, em fábrica em São José dos Campos - Paulo Whitaker - 12.mar.14/Reuters

"Companhias como a Embraer eram muito tradicionais e um pouco resistentes a mudanças no passado. Uma das coisas que a pandemia mostrou que é hora de estar aberto a novas ideias e oportunidades", prossegue Perez.

Perguntado sobre o cenário politico brasileiro, o executivo diz confiar na solidez do país. "Nos preocupa um pouco a polarização no jogo político neste momento. Mas ao mesmo tempo, estamos confiantes com o povo brasileiro, a economia e a história do Brasil. O país é forte o bastante para sobreviver a isso", afirmou. "Independentemente da eleição, continuaremos com nossos planos."

A Click Bond avalia criar uma filial na região de São José dos Campos, para fornecer peças à Embraer e em expandir os negócios no Brasil. Hoje, a empresa vende em torno de US$ 300 mil por ano para a fabricante brasileira e avalia que pode chegar a negociar entre US$ 5 milhões e US$ 10 milhões por ano, se as conversas avançarem.

Perez veio ao Brasil como parte de uma missão comercial, organizada pelo governo dos Estados Unidos, para apresentar propostas de negócios de fornecedores americanos. O governo americano quer estimular as importações de materiais aeronáuticos dos EUA para o Brasil, e vice-versa.

A categoria gerou US$ 7 bilhões em exportações dos EUA para o Brasil em 2021, o que representa 14% do total de exportações americanas para o país. O item fica atrás apenas de minérios e petróleo.

"O Brasil tem um mercado de aviação muito sofisticado, com poucas barreiras de entrada, o que o torna uma opção atraente para exportadores dos EUA. Há apenas seis países no mundo que produzem jatos comerciais, e há uma demanda forte e contínua por produtos de aviação", disse David Hodge, cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo.

A maioria das empresas foi convidada após um processo realizado pela Embraer, que analisou propostas de dezenas de novos fornecedores e selecionou as mais interessantes para participar de encontros presenciais. As negociações para fechar negócios seguirão após a visita.

Além da Embraer, os fornecedores conversaram com representantes de outras empresas aéreas no Brasil e tiveram mais de 160 reuniões. Ainda estão previstos encontros com representantes do setor militar, para o fornecimento de equipamentos de defesa.

"Descobri aqui que a política brasileira é muito similar à americana. E há alguma complexidade em fazer negócios aqui, o que pode gerar resistência de outras empresas americanas. Mas vejo aí uma oportunidade: onde é difícil para outros entrarem é que está a oportunidade", comenta Josh McCaughey, CEO da Fluid Mechanisms.

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