O vaivém da compra do Twitter por Musk, Apple sofre derrota com lei da UE e o que importa no mercado

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Musk desiste de desistir do Twitter

O bilionário Elon Musk voltou atrás da sua decisão de desistir da compra do Twitter. Agora, ele aceita comprar a rede social pelos termos propostos lá em abril, por US$ 44 bilhões (R$ 226 bilhões), ou US$ 54,20 (R$ 278) por ação.

Como era de se esperar, as ações do Twitter reagiram em forte alta e fecharam em disparada de 22%, a US$ 52. Os BDRs (recibos de ações) da companhia negociados na Bolsa brasileira subiram 21%, para R$ 133,62.

Os acionistas da rede já haviam aceitado a oferta no mês passado. Um acordo, portanto, deve evitar um dos processos judiciais mais rumorosos dos últimos anos no mundo dos negócios.

  • De um lado, estaria o Twitter tentando forçar Musk a comprar a plataforma.
  • Do outro, o empresário tentando provar que a plataforma omitiu das negociações um alto número de perfis falsos.
Tela de celular com perfil de Elon Musk no Twitter e foto do bilionário ao fundo
Tela de celular com perfil de Elon Musk no Twitter e foto do bilionário ao fundo - Olivier Douliery/AFP

Relembre o vaivém: tudo começou lá em abril, quando um documento regulatório mostrou que o bilionário havia comprado 9% das ações do Twitter. Logo depois, a companhia convidou ele para ocupar um cargo no conselho, mas a oferta foi recusada.

  • Ainda em abril, Musk oficializou sua proposta de fechar o capital da companhia, por US$ 44 bilhões. Na época, ele afirmou que esse era o único jeito da plataforma garantir a livre circulação de ideias.
  • A maior crítica do bilionário era voltada às políticas de moderação de conteúdo da rede. Ele disse ser contra o banimento permanente de usuários e chegou a sugerir a volta do ex-presidente americano Donald Trump à plataforma.
  • Outro alvo preferido de Musk são as contas falsas. Em maio, ele suspendeu as negociações ao afirmar que o percentual citado pelo Twitter, de que os robôs representavam menos de 5% dos perfis da plataforma, era falso.
  • A desistência do negócio foi oficializada pelo bilionário em julho. Mas o Twitter levou o embate para a Justiça, afirmando que o argumento de contas falsas era só uma cortina de fumaça para a verdadeira intenção de desistir do negócio: financeira.
  • Isso porque, durante todo esse rolo, a forte alta de juros esperada nos EUA derreteu as ações de empresas de tecnologia e fez a oferta de Musk sair bem mais cara.

UE obriga carregador universal

O Parlamento Europeu aprovou nesta terça uma lei que obriga os dispositivos móveis vendidos no bloco a adotarem apenas um tipo de carregador, com entrada USB-C, até o final de 2024.

A medida, que havia sido acordada em junho, afetará principalmente a Apple, que usa a tecnologia Lightning no iPhone. Para a regra passar a valer, ela ainda precisa do aval dos países do bloco.

O que explica: a UE (União Europeia) espera que a mudança gere uma economia de 200 milhões de euros (R$ 1 bilhão) por ano ao evitar a compra de novos carregadores pelos consumidores.

  • A nova norma também deve reduzir mais de mil toneladas de lixo eletrônico anualmente nos países do bloco. O prazo para a adaptação de carregadores de notebook é até 2026.

Contrariada: a Apple foi opositora ao projeto e afirmou anteriormente que a adoção de um único carregador é um freio à inovação. O tipo USB-C é usado pela Samsung e outras rivais da americana em dispositivos móveis.

  • A companhia da maçã já usa a entrada USB-C em alguns modelos do seu computador Mac, mas no iPhone a tecnologia Lightning persiste há mais de dez anos.

E aqui? No mesmo caminho da UE, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu em junho uma consulta pública para a proposta de padronização de carregadores de USB-C para celulares.

  • As sugestões foram recebidas até o fim de setembro.

Iphone 14 vem pro Brasil mais 'seco'

A nova linha do iPhone 14 que estará disponível no Brasil no dia 14 de outubro, com pré-vendas a partir desta sexta (7), virá com algumas diferenças em relação ao aparelho da Apple que já é vendido nos EUA desde o último dia 16.

O que muda:

- Mensagem via satélite:
uma das maiores novidades da nova geração não chegará no lançamento no Brasil. Ela permite o envio de mensagem de emergência via satélite nos locais onde não há sinal de internet ou de celular.

  • O serviço, que vai estar disponível nos EUA e no Canadá em novembro, sugere ao usuário algumas categorias de emergência, como "problemas no veículo", "mal-estar ou ferimentos", "crime", "perdido ou preso" e "incêndio".
  • Em seguida, o sistema mostra para onde apontar o telefone para se conectar a um satélite. A mensagem então é transmitida após alguns minutos para centros com especialistas treinados pela Apple capazes de pedir ajuda em nome do usuário.
  • A novidade vale para para toda a linha da nova versão do dispositivo e poderá ser usada de graça por dois anos.

- eSIM exclusivo: os iPhones são vendidos lá fora sem as bandejas dos chips e permitem que uma linha telefônica seja ativada a distância. Os smartphones da Apple compatíveis permitem instalar oito ou mais eSIMs e usar dois números ao mesmo tempo.

Poucas mudanças: sem as duas novidades, as diferenças entre o iPhone 14 e o iPhone 13 ficam ainda menores. Os modelos de entrada usam o mesmo processador, as câmeras têm a mesma resolução e a bateria tem desempenho semelhante.

  • O salto maior entre as versões nova e antiga ficará para o topo de linha, com um novo chip processador (A16 Bionic), câmeras com melhor resolução (48 MP) e um processamento de imagem melhor.

'Corrida pelo Sol' fica abaixo do esperado

O setor de energia solar esperava uma corrida no país pela instalação dos sistemas de geração distribuída (aqueles das placas nos telhados) neste ano. Mesmo com um crescimento acima de 50% em pouco mais de seis meses, a alta veio abaixo do esperado.

Por que o setor projetava mais: uma lei de janeiro estabeleceu que as instalações registradas antes do dia 7 de janeiro de 2023 ficarão isentas até 2045 da cobrança do acesso à rede da distribuidora de energia (que é de uns 28% na tarifa convencional).

  • A partir de 7 de janeiro, a cobrança será escalonada até chegar à integralidade (os 28%) em 2029. O impacto médio esperado na conta pela cobrança do uso do fio é de 4% a cada ano.

Por que decepcionou: a alta da Selic no país atingiu em cheio o custo de financiamento de instalação das placas solares, que é de R$ 16,6 mil a R$ 22 mil para um sistema residencial que substitua um gasto mensal de R$ 500 com a conta de luz.

Outro reflexo da alta dos juros é a maior seletividade das empresas que financiam os projetos. Com a maior inadimplência típica desse cenário, a régua para conseguir crédito fica mais alta.

Em números: de janeiro a agosto, a média de crescimento mensal, em megawatt, está 57,2% maior do que o mesmo período do ano passado, numa potência acumulada de 12,7 gigawatts.

  • A projeção feita pelo setor em janeiro era acumular 25 gigawatts até dezembro, considerando toda geração solar (a centralizada e a distribuída). Somente na distribuída, a expectativa é chegar a 17 gigawatts.

Ainda assim, em julho, a energia solar se tornou a terceira maior fonte da matriz nacional ao ultrapassar as termelétricas de gás natural e de biomassa. Só ficou atrás de hidrelétricas e parques eólicos.

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