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Corretoras de criptomoedas tentam acalmar clientes após colapso da FTX

Binance e outras empresas de negociação prometem publicar provas de reservas

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Nikou Asgari Scott Chipolina
Londres | Financial Times

As corretoras de ativos digitais estão correndo para garantir aos clientes que seus fundos estão seguros, enquanto o colapso da FTX, de Sam Bankman-Fried, repercute no setor.

A Binance, maior plataforma de negociação de criptomoedas do mundo, bem como rivais menores, incluindo Crypto.com, OKX e Derebit, prometeram publicar provas de que possuem reservas suficientes para cobrir suas responsabilidades com os clientes. A Coinbase, corretora listada nos EUA, também procurou se distanciar da crise que tomou conta da FTX, plataforma de ativos digitais fundada por Sam Bankman-Fried.

Logo da FTX em Miami, na Flórida - Marco Bello - 12.nov.2022/Reuters

O colapso repentino na semana passada da FTX e da Alameda Research, uma corretora de Bankman-Fried, antes vistas como pilares da indústria, corroeu seriamente a confiança no mercado de ativos digitais. A FTX tinha menos de US$ 1 bilhão em ativos facilmente vendáveis, contra US$ 9 bilhões em passivos, antes de falir na sexta-feira (11), informou o Financial Times no sábado (12).

A stablecoin espelhada em dólar Tether –a maior do setor– enfrentou aproximadamente US$ 3 bilhões (R$ 15, 9 bilhões) em resgates nos últimos quatro dias, segundo o provedor de dados CoinMarketCap, salientando que os traders estão sacando fundos do mercado de ativos digitais.

Enquanto isso, os saldos em ether, a segunda maior criptomoeda, caíram 7% nas últimas quinzenas, para 22,9 milhões nas principais exchanges de criptomoedas, incluindo FTX, conforme dados da plataforma de análise de blockchain Nansen. Nas taxas de câmbio atuais, isso aponta uma queda próxima de US$ 2 bilhões (R$ 10,6 bilhões), o que sugere que alguns investidores estão retirando suas moedas de locais centralizados em favor de armazená-las usando seus próprios sistemas.

O executivo-chefe da Binance alertou na semana passada sobre o potencial de uma crise "em cascata" no setor de criptomoedas após o fracasso da FTX, que segundo ele poderia se assemelhar à crise financeira global de 2008. A FTX obteve uma avaliação de US$ 32 bilhões (R$ 169,6 bilhões) depois de fechar acordos com grandes investidores, e estava construindo um perfil público por meio de uma série de patrocínios esportivos, como garantir direitos de nomear a arena Miami Heat.

A Coinbase enviou na sexta um email aos clientes, visto pelo FT, descrevendo "como os negócios da Coinbase são diferentes e, em última análise, protegem melhor" as contas e os ativos dos clientes. A mensagem fazia referência à posição financeira da empresa e dizia que a bolsa, liderada pelo executivo-chefe Brian Armstrong, mantém os ativos dos clientes na base de um para um. A Coinbase se recusou a fornecer comentários além de uma postagem no blog feita na semana passada.

As plataformas de negociação também tentaram se distanciar do que resta da FTX depois que o grupo disse que estava investigando transações anormais. A Elliptic, uma empresa forense de blockchain, disse no sábado que havia indicações de que US$ 477 milhões em criptoativos foram retirados da FTX na noite de sexta-feira.

A plataforma de negócios com criptomoedas Kraken congelou um punhado de contas de propriedade do FTX Group, sua empresa de trading irmã Alameda Research e seus executivos no domingo, depois de conversar com oficiais de Justiça. "Essas contas foram congeladas para proteger seus credores", disse a empresa no Twitter, acrescentando que outros clientes da Kraken não foram afetados.

O regulador do mercado das Bahamas também disse que "não orientou, autorizou ou sugeriu à FTX Digital Markets a priorização de saques para clientes das Bahamas". A FTX, que tem sede no país-ilha, disse depois de interromper os saques de clientes na semana passada que permitiria resgates de fundos das Bahamas "de acordo com os regulamentos e reguladores da sede nas Bahamas".

A Binance, enquanto isso, suspendeu os depósitos de FTT, um token emitido pela FTX para proteger os usuários. "Notamos um movimento suspeito de grande quantidade de $FTT pelos implantadores de contrato do token", disse a exchange no domingo (13), e deu sugestões sobre como manter ativos digitais em segurança.

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