Descrição de chapéu Folhajus

PGR articula com governo uso da Força Nacional contra interdições em estradas

Augusto Aras mantém contato com o ministro da Justiça e com o governador do Mato Grosso, estado com o maior número de bloqueios

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Brasília

O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta segunda-feira (21) que articula junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o uso da Força Nacional para auxiliar na desmobilização de interdições nas estradas promovidas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).

Aras disse que entrará em contato com o governo de Mato Grosso para que o Executivo estadual requisite ao governo federal o auxílio da corporação, segundo prevê a legislação que a rege.

De acordo com o Ministério Público Federal, Mato Grosso é, neste início de semana, o estado que requer mais atenção. Foram registradas pelo menos 11 interdições em rodovias federais, quatro delas com interrupção total do fluxo. Houve episódios de violência.

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Interdição em rodovia do Mato Grosso promovido por apoiadores de Bolsonaro (Foto: Divulgação/Polícia Federal)

A avaliação dos representantes do MPF é a de que o efetivo das demais forças policiais (Federal, Rodoviária Federal e Militar) não é suficiente para atender a situação no estado.

"O ministro [da Justiça, Anderson Torres] nos assegurou que, mais uma vez, vai instar o governador do estado para que solicite apoio da Força Nacional, que está disponível para ajudar a desobstruir as rodovias", afirmou Aras, em vídeo divulgado em seu canal no Youtube.

Na manhã desta segunda, o chefe da Procuradoria reuniu o comitê permanente de crise para avaliar a situação nas rodovias federais. Além de subprocuradores (integrantes da PGR), participaram do encontro procuradores da República no Mato Grosso, Rondônia, Pará e Paraná.

Em Rondônia, há oito pontos de bloqueios. Em relação ao estado, a informação apresentada na reunião foi a de ainda existem alguns pontos isolados de protestos.

"Em contato há pouco, com o ministro [da Justiça], ele nos informou que vai mandar reforçar imediatamente o contingente em Rondônia", afirmou Aras.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, foram desfeitas 1.236 interdições desde o final da disputa eleitoral, quando os manifestantes começaram a protestar contra o resultado das urnas, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Grupos bolsonaristas estão acampados em frente a quartéis do país.

Os atos antidemocráticos voltaram a ganhar força nos últimos dias diante de uma expectativa de que o PL, partido do presidente, apresente alguma contestação sobre as urnas eletrônicas junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A PRF entrou na mira do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, após desobedecer decisão do ministro, ainda no domingo (30) do segundo turno, e realizar blitze contra veículos de transporte de passageiros.

No dia seguinte, a corporação entrou novamente em atrito com o ministro por não encerrar as manifestações de bloqueios nas rodovias.

Moraes, então, determinou ao governo a adoção imediata de "todas as medidas necessárias e suficientes" para desobstruir as rodovias ocupadas por bolsonaristas e registrou a possibilidade de prisão em flagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de novo descumprimento. Segundo o ministro, naquele momento, havia "omissão e inércia" da PRF na desobstrução das vias.

Vasques tornou-se alvo de um inquérito na Polícia Federal, instaurado a partir de uma solicitação de subprocuradores que atuam no controle externo da atividade policial.

Esses mesmos representantes do MPF cobraram de Aras ações concretas contra os protestos. Afirmaram que "esse estado de coisas inconstitucional não pode ter como resposta o silêncio e a inação de agentes públicos".

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