PRF diz que vai enviar placas e nomes de donos de caminhões para inquérito de Moraes

Corporação pediu reforços da Força Nacional e da PF para conter protestos

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Brasília

O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, determinou que as superintendências regionais da corporação informem placas e nomes dos proprietários dos caminhões envolvidos nos protestos deflagrados após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas.

Os dados serão enviados ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para inclusão no inquérito nº 4.879, que tramita sob sigilo na corte.

Instaurado em 2021 e conhecido como inquérito dos atos antidemocráticos do 7 de Setembro, o procedimento mirou apoiadores de Bolsonaro como o deputado eleito Zé Trovão, o cantor Sérgio Reis.

As informações devem ser enviadas à sede da PRF, segundo o ofício assinado por Vasques no início da manhã desta terça (1º), "impreterivelmente, até as 18h do dia 01/11/2022".

O presidente do TSE , Alexandre de Moraes em coletiva de imprensa no TSE (Foto: Gabriela Biló /Folhapress) - Folhapress

Os relatórios devem conter "identificação de todos os veículos envolvidos nos bloqueios às rodovias federais de vossa circunscrição (placa e proprietário), especialmente caminhões, ocorridos a partir do dia 30/10/2022". Devem ser elaborados mediante informações obtidas pelos agentes rodoviários no local dos bloqueios e interdições e/ou análise de fontes abertas.

Nesta terça, o diretor-geral da corporação enviou ofício ao ministro da Justiça, Anderson Torres, para pedir a ajuda da Força Nacional nas ações para desmobilizar os protestos.

Vasques afirmou que "a PRF tem trabalhado diuturnamente para o livre trânsito nas rodovias e estradas federais, garantindo a segurança e a integridade dos usuários".

Frisou que o acionamento de todo o efetivo disponível do órgão e o amparo das PMs não se mostraram suficientes para a desobstrução dos mais de 400 pontos de bloqueio.

"Assim, em cumprimento às determinações judiciais, faz-se necessário o apoio da Força Nacional para união de esforços em busca do interesse público, cujo planejamento das operações se dará em reunião conjunta de trabalho entre as forças de segurança pública", disse.

Pedido nos mesmos termos foi enviado pela PRF ao diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes de Oliveira. Oliveira determinou que todas as unidades regionais da PF devem realizar contato com as respectivas unidades da PRF e prestar o efetivo apoio visando a liberação das rodovias, assim como realizar ações de inteligência com o objetivo de se alcançar os resultados.

Nesta terça, subprocuradores da República encarregados do controle externo da atividade policial pediram a abertura de um inquérito na Polícia Federal para que seja investigada a atuação do diretor-geral da PRF. A apuração deve focar a atuação de Vasques nas eleições e na repressão aos bloqueios de rodovias promovidos por apoiadores de Bolsonaro após o resultado do pleito.

Em desobediência a uma ordem do TSE, a PRF promoveu centenas de operações que visava o transporte público de eleitores em todo o país, mas principalmente no Nordeste, região onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem amplo apoio eleitoral.

De acordo com os representantes do Ministério Público Federal, "as condutas amplamente veiculadas atribuídas ao diretor-geral da PRF indicam má conduta na gestão da instituição, desvio de finalidade visando interferir no processo eleitoral.

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