Lula convida presidente da Fiesp para ministério da Indústria; Josué pede tempo

Filho de José Alencar alega dificuldade para definir um sucessor em suas empresas

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Brasília

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Josué Gomes, para chefiar o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no seu governo. Os dois se reuniram nesta quarta-feira (14) em Brasília.

Filho de José Alencar, que foi vice de Lula em 2002, Josué pediu tempo para dar sua resposta. Ele já tinha sido procurado duas vezes por interlocutores do petista.

O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva
O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva - Governo do Estado de São Paulo - 05.mai.2022

Segundo interlocutores do empresário, Josué alega dificuldades para a definição de um sucessor no comando de suas empresas, especialmente no exterior.

Petistas acreditam no poder de convencimento do presidente eleito. Nas conversas, Lula costuma exaltar a relação com o pai do empresário.

Apesar disso, Josué também tem lembrado, em conversas, que parte de suas empresas tem ligações com a administração pública. Ele é presidente da Coteminas, que tem empréstimos com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Josué está à frente da Fiesp desde o início de 2022 –seu mandato vai até 2025. Nos últimos meses, ele tem sofrido pressão na entidade. Sindicatos de oposição à gestão do empresário publicaram no domingo (11) convocação de uma assembleia extraordinária no próximo dia 21 para discutir a conduta do presidente da entidade —e que poderá resultar em sua destituição.

Uma fonte de insatisfação é o funcionamento dos departamentos da federação, considerados esvaziados pelos sindicatos. A Fiesp tem nove departamentos, que tratam de temas como infraestrutura, serviços, agronegócio, construção e questões jurídicas.

Os sindicatos levam a esses departamentos questões do dia a dia das empresas de cada setor, como dúvidas sobre a aplicação de atos normativos e leis, além de reivindicações.

A avaliação de dirigentes que apoiam a assembleia é de que a Fiesp atua como uma interlocução entre os sindicatos e empresas menores e o Poder Público, algo que as grandes indústrias (e os sindicatos que as representam) conseguem fazer diretamente em conversas com secretários, governadores e mesmo com o presidente da República. Essa interlocução estaria falhando.

Para aliados de Josué, o cargo no governo poderia ser uma saída honrosa para a crise que ele enfrenta dentro da Fiesp. Por isso, o empresário estaria inclinado a aceitar o convite, dependendo da estrutura do novo ministério.

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