Falando na Conferência DealBook do The New York Times na quarta-feira (30), Mark Zuckerberg, CEO da Meta, disse acreditar que o poder da Apple como guardiã do mercado de aplicativos é problemático.
"Se você examinar todas as principais plataformas concorrentes que já existiram –iOS, Android, Windows–, a Apple se destaca", disse ele. "É a única em que uma empresa pode controlar quais aplicativos entram no dispositivo. Não acho que isso seja sustentável ou bom."
As lojas de aplicativos podem exercer pressão sobre empresas como Facebook e Twitter devido à capacidade de as lojas removerem apps que não atendam a suas diretrizes, o que dificultaria para bilhões de potenciais usuários fazer o download e obter acesso aos serviços.
Yael Roth, ex-chefe de confiança e segurança do Twitter, escreveu num artigo de opinião para The New York Times este mês que se a Apple ou o Google removessem o Twitter de suas lojas de aplicativos seria "catastrófico", e sugeriu que as lojas tenham uma função de orientar a moderação de conteúdo no aplicativo.
Esta semana, Elon Musk reclamou no Twitter que a Apple "ameaçou retirar o Twitter de sua App Store, mas não nos disse por quê".
Zuckerberg comparou a App Store da Apple com a loja de aplicativos Google Play. "O Google pode controlar o que entra na Play Store, mas sempre fez isso de modo que você podia carregar de outras fontes, ter outras lojas de aplicativos e trabalhar diretamente com os fabricantes de telefones."
A Apple também fez alterações em sua política de privacidade no ano passado, tornando mais difícil para aplicativos de rede social como o Facebook atingir seus usuários com anúncios. As mudanças contribuíram para uma queda nas receitas do Facebook e de outras empresas que dependem de publicidade digital. Os lucros da Meta caíram mais de 50% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Zuckerberg disse que, diferentemente de um governo, "a Apple obviamente tem seus próprios interesses" e que "o fato de as empresas terem que entregar seus aplicativos exclusivamente de plataformas controladas por concorrentes –há um conflito de interesses aí".
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.
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