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Brasil reavalia termos de adesão à OCDE, diz Haddad

Ministro diz que país pode fazer mudanças no pedido, aberto sob Temer, de integrar o bloco

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Davos (Suíça)

O Brasil vai retomar as conversas para integrar a OCDE (grupo que reúne alguns dos países mais desenvolvidos do mundo), mas pode apresentar condições para prosseguir no processo de adesão ao clube que reúne os países democráticos mais ricos do mundo, afirmou nesta quarta (18) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a jornalistas no encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos.

Segundo ele, o governo brasileiro voltará a se sentar à mesa com seus parceiros em blocos comerciais e políticas no exterior sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ministro Fernando Haddad durante sessão no Fórum Econômico Mundial nesta quarta (18) - Boris Bal/Fórum Econômico Mundial

A tarefa é facilitada pelo fato de o país ter sido ungido, coincidentemente, com a tripla coroa das presidências do Mercosul e do G20, neste ano, e a partir de 2025 dos Brics, que integra com Rússia Índia, China e África do Sul e ao qual a gestão anterior virou as costas.

Haddad se reuniu pela manhã com o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, em uma das salas privativas do fórum.

"O Brasil já participa muito da OCDE, eu mesmo quando ministro da Educação [em gestão anterior de Lula] mantive a participação no Pisa [exame que afere o nível de ensino em diferentes países]. Essa aproximação está acontecendo naturalmente", disse o ministro ao ser indagado sobre o processo de adesão. "Agora vamos ver com o Itamaraty e a Presidência da República os próximos passos."

A adesão à OCDE, solicitada formalmente pelo governo Michel Temer em 2017, ganhou impulso na gestão Bolsonaro após Brasília obter apoio dos Estados Unidos em troca de abrir mão de seu status especial em outro organismo multilateral, a Organização Mundial do Comércio, em um acordo criticado na época. Depois, no entanto, o processo estagnou, já que o país precisa apresentar uma série de medidas para se conformar ao grupo.

Questionado se houve alguma demanda por parte de Cormann, Haddad disse que não por ora. Aventou, porém, que pode haver, e também por parte do governo brasileiro.

Segundo ele, há um grupo de trabalho para o tema, no qual atua a secretária de Assuntos Internacionais da pasta, Tatiana Rosito, que o acompanhou a Davos e "vai apresentar os termos de uma eventual participação para que a Fazenda possa subsidiar o presidente na definição que ele tomar", afirmou.

Ele havia dito antes já que a decisão cabia a Lula, e nos dois mandatos anteriores o petista priorizara as relações com outros países em desenvolvimento.

Antes de participar de um painel sobre América Latina nesta tarde e de partir de volta para o Brasil, Haddad também se reuniu com Dara Khosrowshahi, o CEO da Uber. Segundo o ministro, na conversa ele reforçou que o governo brasileiro quer regularizar a situação dos motoristas de aplicativo, sobretudo a previdenciária.

Desde a posse, 23 sindicatos que representam motoboys, motoentregadores e motofretistas solicitaram audiência ao presidente e ao novo ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

Segundo a assessoria da Uber, Khosrowshahi "apresentou os investimentos da empresa no Brasil e seus impactos na economia", além se se colocar "à disposição do governo federal para contribuir no debate".

Quanto ao INSS, o executivo "reforçou a importância da inclusão de motoristas e entregadores na Previdência Social, com a participação das empresas na contribuição, modelo defendido pela Uber desde 2021", diz a empresa.

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