Descrição de chapéu The New York Times

EUA voltam a permitir voos após suspensão por falha em sistema

Mais de 7.000 viagens teriam sido afetadas; Casa Branca afirma que não há evidência de ataque cibernético

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Daniel Victor Jenny Gross
The New York Times

A Administração Federal de Aviação americana (FAA, na sigla em inglês) voltou a permitir decolagens no país. Pela manhã desta quarta (11), o órgão havia ordenado a todas as companhias aéreas suspender partidas domésticas até as 11h (horário de Brasília) em razão de uma falha no sistema.

A Casa Branca afirma que não há evidência de ser um ataque cibernético.

"Operações de tráfego aéreo estão sendo retomadas gradualmente nos EUA após uma interrupção noturna no sistema de aviso às missões aéreas que fornece informações de segurança para tripulações de voo. O impedimento de decolagens foi suspenso", escreveu a FAA em seu perfil no Twitter.

A suspensão havia sido ordenada, segundo a autoridade, "para permitir que a agência validasse a integridade das informações de voo e segurança". O sistema já estaria voltando a funcionar.

Mais de 7 mil voos sofreram atrasos nesta manhã, segundo o site de rastreamento de voos FlightAware. Outros 600 domésticos e internacionais foram cancelados.

A falha ocorreu no sistema Notam, usado pela FAA para enviar alertas de segurança em tempo real aos pilotos. Essenciais para planejar voos, os alertas Notam (abreviação de "aviso para missão aérea", em inglês) são usados para compartilhar informações sobre perigos no ar ou no solo, como pistas fechadas, restrições de espaço aéreo e interrupções nos sinais de navegação.

Os Notams geralmente incluem linguagem técnica, que pode ser difícil de analisar para pessoas sem experiência. Criados em 1947, foram baseados nas mensagens usadas para alertar os capitães de navios sobre perigos no mar.

Passageiros aguardam no Aeroporto Internacional de Denver, nos Estados Unidos, após falha em sistema da FAA interromper voos no país - Chris Wicklund - 11.jan.2023/Reuters

Em comunicado, a United Airlines disse que adiou temporariamente todos os voos domésticos e que divulgaria uma atualização quando soubesse mais da FAA.

A American Airlines disse que a situação "impacta todas as companhias aéreas" e que estava "trabalhando com a FAA para minimizar a interrupção das operações e clientes."

A United, a American e a Delta Airlines anunciaram nesta tarde que não cobrarão taxas para os clientes remarcarem seus voos.

Pete Buttigieg, secretário de transportes, disse no Twitter durante a manhã que a FAA estava trabalhando para "resolver esse problema com rapidez e segurança, para que o tráfego aéreo possa retomar as operações normais."

Em entrevista à CNN, Buttigieg disse que durante a última noite houve irregularidades nos alertas de segurança aos pilotos. "Em primeiro lugar, temos que entender como isso pode ter acontecido e qual teria sido a origem desses erros ou arquivos corrompidos", disse.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou uma investigação sobre a interrupção do sistema e disse que a causa é desconhecida.

O senador republicano Ted Cruz criticou a FAA durante a interrupção, dizendo que a "incapacidade da agência de manter um importante sistema de segurança em funcionamento é completamente inaceitável e apenas o exemplo mais recente de disfunção no departamento de Transportes".

"Este incidente também destaca por que o público precisa de um líder competente e com experiência substantiva em aviação liderando a FAA", disse.

Nas redes sociais, passageiros disseram que seus voos estavam atrasados, alguns relatando que seus pilotos ou representantes das companhias aéreas haviam citado o problema técnico da FAA. Vários aeroportos aconselharam os passageiros a verificar com suas companhias aéreas as informações mais recentes.

Por volta das 10h20 (horário de Brasília), as partidas já estavam sendo retomadas nos aeroportos de Newark e Atlanta, segundo a FAA.

Cerca de 21.500 voos deveriam partir dos aeroportos dos EUA nesta quarta-feira (11), segundo a empresa de dados de aviação Cirium. Os problemas ocorrem menos de um mês depois que uma nevasca provocou atrasos e cancelamentos de voos em massa no país.

Com Financial Times

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