Tok&Stok sofre pedido de despejo por não pagamento de aluguel

Segundo fundo imobiliário, empresa não fez pagamento de fevereiro; OUTRO LADO: varejista não se pronuncia

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São Paulo

A loja de móveis e decoração Tok&Stok não pagou o aluguel de um galpão logístico que loca em Extrema (MG), segundo o dono do imóvel, e agora é alvo de uma ação de despejo.

A empresa é a única locatária do condomínio Extrema Business Park 1, localizado às margens da rodovia Fernão Dias, em um polo de centros de distribuição.

A proprietária do galpão é o Vinci Logística Fundo Imobiliário. Segundo comunicado divulgado pelo fundo na quarta-feira (15), a Tok&Stok não pagou o aluguel com vencimento em fevereiro. A Tok&Stok disse que não vai se pronunciar sobre o caso.

Parque de galpões logísticos em Extrema (MG); ao fundo, galpão locado pela Tok&Stok, alvo de ação de despejo - Eduardo Knapp-23.mar.22/Folhapress

O processo pedindo o despejo será analisado pela juíza Ana Laura Correa Rodrigues, da 3ª Vara Cível de São Paulo. O valor da ação é de R$ 21.342.926.

Ao todo, segundo relatório de desempenho do fundo em janeiro, a Tok&Stok ocupa 66,9 mil metros quadrados de área bruta no condomínio.

O contrato com a rede de lojas corresponde a 14% das receitas totais e a 11% da área bruta local detida pelo fundo. No comunicado, a gestora do fundo diz que o contrato de locação tem seguro com cobertura equivalente a 12 aluguéis vigentes.

No início deste mês, no dia 2, Daniel Sterenberg, que era diretor-presidente da Tok&Tok e presidente do conselho administrativo da companhia, renunciou aos cargos, segundo lançamento do dia 15 na Junta Comercial de São Paulo.

No mercado imobiliário e no varejo, a falta de pagamento de aluguel foi vista como um sinal de problema de caixa na varejista, uma das maiores do segmento de móveis.

As intempéries nas contas da rede de lojas podem ser o que analistas têm chamado de "crise de bonança". Na pandemia, muitos segmentos cresceram impulsionados por ajustes necessários à transformação do ambiente doméstico para atender aulas e trabalho remotos.

Reformas foram feitas, eletrônicos e móveis precisaram ser comprados e substituídos. O erro da rede teria sido não se preparar para o período posterior, que é o atual. Além da atividade econômica dormente, o momento coincide com juros mais altos, menos crédito e mais desconfiança.

Sem adequar a estrutura para o período de baixa, o caixa do tempo de bonança precisou ser queimado.

Em dezembro, a Tok&Stok entrou com uma ação renovatória de locação contra o shopping Pátio Higienópolis, localizado no bairro de mesmo nome, na região central de São Paulo.

Esse tipo de ação é comum na locação comercial e costuma ser apresentada quando locador e locatário não chegam a um acordo sobre a renovação do contrato.

O Pátio Higienópolis disse, em nota, que não comenta relações comerciais com seus lojistas. O shopping pertence ao grupo Iguatemi. O valor declarado na ação em andamento na 11ª Vara Cível de São Paulo é de R$ 2.399.952.

A Tok&Stok foi fundada em 1978 e busca atender as classes A e B. Suas lojas são conhecida pelos ambientes decorados e pelas parceiras com designers nacionais. No ano passado, se envolveu em polêmica ao colocar à venda as cadeiras originais da arquibancada laranja do estádio do Pacaembu, por preços de R$ 1.499 a R$ 1.799.

A rede tem lojas em 22 estados brasileiros. Na capital paulista, são dez unidades, entre outlet, as grandes lojas das marginas Pinheiros e Tietê, as instaladas em shoppings e as studio, um pouco menores.

Em 2020, a Estok, nome empresarial da Tok&Stok, chegou a se preparar para ser listada na bolsa e até pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas o plano não avançou.

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