O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, anunciou na manhã desta terça-feira (23) a criação de um grupo de trabalho no banco para promover o empoderamento negro.
A medida busca estudar, identificar e propor medidas em prol da equidade racial. A assinatura da portaria que instituiu o grupo de trabalho ocorreu em um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O evento foi batizado como Empoderamento Negro para Transformação da Economia.
Mercadante afirmou que o BNDES colocará a questão racial no centro das suas discussões de agora em diante. "Vai passar a fazer parte das nossas decisões a partir deste seminário", disse.
Uma das medidas previstas para o grupo de trabalho é mapear, analisar e apresentar propostas para adequar a atuação do BNDES à Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância e ao Estatuto da Igualdade Racial.
A iniciativa prevê ainda propor medidas para promover e impulsionar a diversidade, a equidade e a inclusão da população negra no ecossistema do banco.
Durante o seu discurso, Mercadante prestou uma homenagem ao jogador de futebol do Real Madrid Vinicius Júnior, que voltou a ser alvo de manifestações racistas neste final de semana na Espanha.
O presidente do BNDES ainda pediu desculpas pelo que chamou de "silêncio histórico" do banco em relação a questões de equidade racial.
A realização do evento foi elogiada por participantes de debates ao longo do dia. "Isso aqui não é um evento. É um fato histórico relevante. Estar aqui hoje é um privilégio. Há exatos 40 anos a minha geração fala no BNDES, sempre falamos", declarou Hélio Santos, presidente dos conselhos deliberativos do Cedra (Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais) e da Oxfam Brasil.
"Eu disse ao presidente Fernando Henrique, e ele concordou. Historicamente, o BNDES é uma imensa caixa de ação afirmativa para homens brancos bem nascidos", afirmou Santos em um painel sobre capital e diversidade.
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