Descrição de chapéu The New York Times

Chefe de diversidade da Uber é afastada após evento sobre preconceito contra mulheres brancas

Executiva organizou discussões sobre raça que indignou funcionários

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Kellen Browning
San Francisco | The New York Times

A Uber afastou Bo Young Lee, presidente de diversidade, equidade e inclusão da companhia por reclamações de funcionários em relação a um evento que ela moderou intitulado "Não me chame de Karen".

O termo Karen se tornou uma gíria para uma mulher branca que sente ter direito a privilégios e frequentemente reclama com gerentes e denuncia pessoas negras e de outras minorias raciais às autoridades.

A discussão, segundo eles, demonstrou falta de sensibilidade para com as pessoas não-brancas.

A presidente de diversidade da Uber Bo Young Lee foi afastada após moderar um evento e sofrer críticas de funcionários por supostamente ter minimizado problemas de racismo. Bo Young Lee é uma mulher asiática, amarela, de cabelos lisos e grisalhos, com franja partida para a direita. Ela veste uma camisa branca com manchas pretas.
A presidente de diversidade da Uber Bo Young Lee foi afastada após moderar um evento e sofrer críticas de funcionários por supostamente ter minimizado problemas de racismo - Divulgalçao/Uber

Na semana passada, Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, e Nikki Krishnamurthy, vice-presidente de pessoal, pediram a Bo Young Lee que se afastasse e tirasse uma licença enquanto determinam os próximos passos. A mensagem foi enviada via email na quinta-feira (18) por Krishnamurthy a alguns funcionários e foi vista pelo New York Times.

"Soubemos que muitos de vocês estão magoados e incomodados com a sessão de ontem", dizia o email. "Embora tenha sido planejada para ser um diálogo, é óbvio que aqueles que compareceram não se sentiram ouvidos".

As preocupações dos funcionários se concentraram em dois eventos, um no mês passado e outro na quarta-feira (17).

As discussões foram anunciadas como "um mergulho no espectro da experiência da mulher branca americana", com o objetivo de ouvir as mulheres brancas que trabalham na Uber, e foco na "persona ‘Karen’". A intenção era que fosse uma conversa aberta e honesta sobre raça, de acordo com o convite.

No entanto, em vez disso, os funcionários sentiram que estavam recebendo uma lição de moral sobre as dificuldades vividas pelas mulheres brancas e os motivos para que usar o termo "Karen" fosse considerado pejorativo, e que Lee não dava importância às suas preocupações, de acordo com mensagens enviadas via Slack, uma ferramenta de troca de mensagens no local de trabalho, que foram vistas pelo The New York Times.

As trabalhadoras sentiram que os organizadores do evento estavam minimizando o racismo e os danos que as pessoas brancas podem infligir às pessoas não brancas, ao se concentrarem no fato de que "Karen" é uma palavra ofensiva, de acordo com as mensagens e um funcionário que participou dos eventos.

Um incidente proeminente com uma "Karen" ocorreu em 2020, quando Amy Cooper, uma mulher branca, ligou para a polícia porque um homem negro que estava observando pássaros no Central Park de Nova York pediu que ela colocasse seu cachorro na coleira.

As preocupações levantadas sobre os eventos sublinham as dificuldades que as empresas enfrentam ao lidar com questões raciais e de identidade que se tornaram cada vez mais polêmicas no Vale do Silício e fora dele. Conflitos culturais sobre raça e direitos LGBTQIA+ foram arremessados a posições de destaque nos locais de trabalho nos últimos anos.

Tradução de Paulo Migliacci

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