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Diferença de preços nas lojas e no site do Magalu deve diminuir com volta de imposto

Empresa diz que retorno de imposto sobre operações interestaduais afetará os preços dos produtos no ambiente online

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São Paulo

O diretor-presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse nesta terça (16) que os preços das lojas físicas, que costumam ser maiores, devem se tornar mais competitivos se comparados aos do ecommerce.

Durante teleconferência de resultados da varejista, Trajano afirmou que isso acontecerá porque o retorno do Difal ICMS (diferença entre o tributo na origem e no destino) para operações interestaduais desde o início deste ano força o repasse de preços ao consumidor para as compras online.

Trajano explicou que, como os preços no site têm esse repasse do imposto, a diferença de valores entre a loja física e os produtos encontrados no ecommerce diminui. "A loja física fica mais competitiva. E a loja física sempre foi um elemento importante para nossa proposta de valor, por várias razões, mas também como canal de venda."

Segundo Trajano, essa diferenciação de preços entre loja física e online ainda não apareceu nos resultados do primeiro trimestre da companhia, mas deve surtir efeito nos próximos balanços. "Vejo potencial de que isso se materialize nos próximos trimestres", disse.

Um casal de consumidores olha para os produtos em promoção da loja Magazine Luiza, da Marginal Tietê.
Movimentação de consumidores e vendedores na loja Magazine Luiza, da Marginal Tietê, em São Paulo, durante a Black Friday. - Danilo Verpa - 11.nov.2022/Folhapress

A reintrodução do imposto ocorre bem em um momento de virada para o Magazine Luiza. No primeiro trimestre, pela primeira vez, o volume de vendas no marketplace superou o das lojas físicas. Nesse ambiente, a cobrança do Difal afeta em cheio a varejista.

Apesar de o Magalu estar repassando os preços para o consumidor, Trajano disse que esse repasse está abaixo dos concorrentes.

Os resultados da companhia no primeiro trimestre e a teleconferência de resultados não caíram bem entre os investidores. As ações do Magazine Luiza derreteram nesta terça-feira, e terminaram o pregão com queda de 22,83% na B3, maior recuo desde novembro de 2021, valendo R$3,38.

Nesta segunda (15), a companhia reportou alta anual no seu prejuízo, que atingiu R$ 391,2 milhões no primeiro trimestre, enquanto no mesmo período do ano anterior o prejuízo foi de R$ 161,3 milhões. A companhia justificou que o resultado foi influenciado "principalmente pela reintrodução do Difal e pelo aumento das despesas financeiras no período".

Na teleconferência, Trajano ressaltou que, embora o cenário macroeconômico se mantenha desafiador, de juros altos, o que aumenta as despesas financeiras da varejista, operacionalmente a companhia entregou bons resultados no primeiro trimestre.

O executivo ressaltou alguns números recordes da empresa, como o nível de participação de mercado, que cresceu 6 pontos percentuais, além do aumento nas vendas em todos os canais da companhia.

RETORNO DO DIFAL

O Difal foi um imposto criado em 2015 para equilibrar o recebimento do ICMS entre os estados envolvidos no transporte de mercadorias, para que a arrecadação não se concentrasse apenas no local onde a empresa vendedora tem sede. A tributação surgiu acompanhando um aumento das compras online e o consequente crescimento das operações interestaduais de varejistas.

Mas companhias contestaram a falta de uma lei complementar que regulasse a cobrança do imposto. Com isso, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu suspender o recolhimento desse imposto em 2021 até que houvesse essa lei complementar, que foi publicada em janeiro de 2022 e passou a ser válida no início de 2023.

Ainda há uma discussão no Judiciário sobre quando a cobrança desse imposto deve começar, se em 2022, como defendem os Estados, ou em 2023, como querem as empresas.

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