Venda de Apple Watch suspensa nos EUA, impactos do conflito no mar Vermelho e o que importa no mercado

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São Paulo

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Corrida contra o tempo

A Apple pode interromper as vendas de seus smartwatches Series 9 e Ultra 2 nos EUA a partir desta semana. A razão é uma disputa sobre a patente do dispositivo do relógio que mede o nível de oxigênio no sangue dos donos.

Entenda: a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC) concluiu em outubro que o dispositivo viola patentes da empresa de tecnologia médica Masimo e determinou a proibição das importações.

  • A Masimo acusa a fabricante de contratar seus funcionários, roubar sua tecnologia de oximetria de pulso e incorporá-la ao Apple Watch.
  • A "big tech" afirma que a conclusão da ITC foi errônea, deveria ser revertida e pretende recorrer.

E agora? A empresa vai pausar as vendas dos dois modelos do relógio que contêm o acessório a partir de 21 de dezembro no site e após 24 de dezembro nas lojas físicas.

  • As versões mais antigas do acessório, lançadas até 2019, não possuem o oxímetro e serão vendidas normalmente.

Tic-tac: Até a Apple começar a interromper as vendas, porém, a Casa Branca pode reverter a decisão do ITC. O presidente Joe Biden tem até o dia 25 de dezembro para avaliar a questão.

Por que importa: a manutenção da penalidade à empresa da maçã a atingiria em uma de suas principais apostas para o próximo ano.

↳ A fabricante irá priorizar seus acessórios, como relógios, fones de ouvido e os óculos Vision Pro, em detrimento do iPhone, escreveu o repórter da Bloomberg e setorista da empresa Mark Gurman em sua newsletter Power On.

↳ A interrupção das vendas também seria um novo baque para as receitas da Apple, que vêm de três quedas consecutivas nos últimos trimestres.


Botão de emergência

O governo desenvolveu um aplicativo para que uma pessoa que tenha o celular roubado ou furtado possa deixá-lo inutilizável a partir de um botão de emergência. A ferramenta, chamada de "Celular Seguro", começa a funcionar amanhã (20).

O dono do celular poderá escolher pessoas de confiança para conceder acesso à função de bloqueio ou ele mesmo travar as principais funções do celular ao acessar o gov.br.

Como vai funcionar: o acesso à plataforma Celular Seguro será feito a partir do sistema gov.br, com CPF e senha.

  • Depois de aceitar os termos de uso, o primeiro passo será adicionar as pessoas de confiança, com nome completo, CPF, telefone e email do contato;
  • Ela receberá uma notificação e passará a visualizar o celular cadastrado no próprio app. É pelo ícone do smartphone registrado que essa pessoa terá acesso ao botão de emergência.
  • Em casos de roubo ou furto, ela deve entrar no app ou site e escolher qual smartphone será desbloqueado. Depois, no pop up que surgirá na tela, deve clicar na opção "Alerta".
  • Será preciso informar se foi perda, roubo ou furto, a data e o local da ocorrência. O aplicativo então entrega um número de protocolo.
  • A Anatel também inutilizará o aparelho e o chip em até 24 horas.

Participam Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Inter, Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil) Nubank, iFood e Mercado Livre.

O governo pretende incluir outros participantes e irá se reunir com representantes do Google e da Apple para que seja possível limpar a memória do celular com o botão de emergência.


Conflito no mar Vermelho encarece petróleo

A onda de ataques de rebeldes houthis a navios no mar Vermelho, que interrompeu a rota de embarcações na região, é olhada com cautela por exportadores brasileiros.

Caso se estenda, ela deve encarecer não só o frete, mas também preços de commodities, como o petróleo e outros insumos.

Entenda: os houthis são xiitas do Iêmen bancados pelo Irã e foram responsáveis por abrir uma frente secundária do conflito entre Israel e Hamas no mar Vermelho.

Após tentativas não bem sucedidas de atacar a região portuária de Israel, agora os radicais estão mirando navios mercantes, vulneráveis sem escolta, mesmo sem ligação direta a Tel Aviv. Nenhum foi afundado, mas vários já sofreram danos.

Como resposta, as maiores transportadoras do mundo passaram a evitar a área e desviar para a rota mais longa ligando a Europa e a Ásia, circunavegando a África. É o caso de MSC, Maersk e BP.

Que impacto pode ter nos preços? Uma extensão no conflito deve deixar os fretes mais caros, o que deve valorizar praticamente tudo o que é transportado pelo mar –esse foi um dos fatores que geraram uma explosão de preços de insumos na pandemia.

O cenário atual, porém, é de cautela. Setores brasileiros que exportam para o Oriente Médio, principalmente a indústria de proteína animal, avaliam que a situação pode ser resolvida em breve.

Nos mercados, os primeiros impactos já apareceram nesta segunda. As ações das empresas de frete se valorizaram, assim como o petróleo, cuja cotação Brent fechou em alta de 1,83%, a US$ 77,95 por barril.


Mais baratas?

As três principais companhias aéreas que operam no Brasil anunciaram nesta segunda um plano com objetivo de baratear as passagens aéreas.

O problema é que o teto de valores sugeridos, entre R$ 699 a R$ 799, é acima do preço médio das passagens vendidas durante este ano, de R$ 644,50.

O que cada companhia prometeu para o próximo ano:

  • A Azul vai fornecer 10 milhões de assentos com preços de até R$ 799 por trecho. Os valores só valerão para passagens compradas com 14 dias de antecedência.
  • A Gol vai ofertar 15 milhões de passagens por até R$ 699 e deve criar promoções para as compradas com pelo menos 21 dias antes da viagem e outra para as compradas na semana do voo.
  • A Latam não divulgou valores, mas prometeu aumentar campanhas promocionais e ampliar a oferta de passagens em 10 mil assentos por dia, além de outras medidas.

É diferente: o plano divulgado pelas aéreas, apesar de ter anuência do governo federal, é diferente do traçado pelo Executivo para fornecer passagens mais baratas para grupos específicos da população.

  • O programa Voa Brasil deve ser lançado em janeiro e prever preço de R$ 200 o trecho para estudantes e aposentados.
  • A medida seria possível com a ocupação de assentos ociosos em voos. Pelos cálculos iniciais, seria possível oferecer de 14 milhões a 15 milhões de passagens por ano.
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