Leite encontra Lula e pede ajuda para evitar demissões no Rio Grande do Sul

Governador teve encontro com a presença de outros gestores e solicitou programa para pagar parte de salários de empresas

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Brasília

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), teve um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (5) e pediu ajuda para a manutenção dos empregos e a reposição de receitas no estado, atingido por uma tragédia climática.

Leite afirmou que é preciso ter um apoio do governo federal às empresas sob pena de uma série de demissões.

"A maneira de resolver isso é ter um programa como na pandemia, em que o poder público faça o pagamento de parte dos salários e evite as demissões", disse o governador em entrevista no Palácio do Planalto.

Lula e Eduardo Leite durante anúncio de medidas em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul - Pedro Ladeira - 15 mai. 2024/Folhapress

Leite solicitou também um programa de recomposição de rendas. "O governo e as prefeituras vão sofrer, como já sofreram em maio, junho, julho e nos próximos meses, uma queda muito forte da arrecadação, o que vai prejudicar a prestação de serviços à população do lado da arrecadação do estado. A gente teve a suspensão da dívida, mas a suspensão da dívida é toda canalizada para a reconstrução."

A demanda foi entregue ao presidente, junto com um ofício. A reunião teve a presença de outros governadores. Leite tinha a expectativa de se reunir a sós com o presidente.

Leite viajará ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira (6) junto com Lula e espera que os dois possam conversar mais. O governador disse que ele solicitou a viagem conjunta e que o presidente ofereceu a carona no voo quase que simultaneamente.

O governador também afirmou que iria ao Ministério da Fazenda. Segundo aliados, porém, a agenda tanto na Fazenda como no Ministério do Trabalho foram canceladas. Uma pessoa próxima do governador avalia que há má vontade do governo federal em recebê-lo, o que gera desconforto.

O socorro às empresas também foi levado por Leite ao Congresso. Após agenda com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o governador disse que espera conversar melhor com Lula nesta quinta.

"Imagino que a agenda do presidente tenha suas limitações e suas dificuldades. Ele é quem deve responder por isso, não tenho capacidade de responder. Ele irá novamente ao Rio Grande do Sul amanhã, eu espero que a gente tenha a possibilidade de interagir o mais profundamente possível sobre esses temas."

De acordo com Leite, há 500 mil empresas no estado —excetuando-se as individuais— das quais 35 mil estão em áreas alagadas e precisam de apoio.

Além disso, o governador citou que há uma perda grande de arrecadação tanto por parte do estado como dos municípios.

"[Nos] meses de maio, junho e julho será de pelo menos R$ 3 bilhões a perda de arrecadação para o estado e para os municípios também", comentou o governador.

"E aí é que nós estamos insistindo. Além de eu ter a manutenção de emprego e renda a partir de medidas, como na pandemia foram adotadas, também pedimos uma medida de reposição de receitas, porque o ente federativo que tem capacidade e fôlego para isso é a União", avaliou.

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