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14/07/2010 - 08h56

Empresário anuncia o fim do "Jornal do Brasil" em versão impressa

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ELVIRA LOBATO
DO RIO

O "Jornal do Brasil" publica hoje um comunicado aos leitores anunciando o fim de sua edição impressa, a partir do dia 1º de setembro. Seu conteúdo, a partir de então, ficará disponível apenas na internet, com preço de assinatura de R$ 9,90 por mês.

O fim do "JB" impresso abalou o comando da empresa. O presidente do jornal, Pedro Grossi Jr., discordou da decisão e não apareceu na Redação ontem, apesar de o empresário Nelson Tanure, arrendatário da marca JB, negar que o tenha demitido.

Daniel Marenco/Folhapress
Criado em 1891, o carioca "Jornal do Brasil" sofria com dívidas fiscais e trabalhistas; empresário acumula fracassos
Criado em 1891, o carioca "Jornal do Brasil" sofria com dívidas fiscais e trabalhistas; empresário acumula fracassos

O "Jornal do Brasil" vem de longa crise financeira, agravada por passivos fiscais e trabalhistas herdados dos antigos gestores, mas o comunicado de Tanure tenta desvincular a modificação da situação de crise. O texto diz que o jornal fez uma consulta eletrônica aos leitores no último mês e que eles apoiaram a mudança.

"O "JB" vai sair do papel. E entrar para a modernidade", diz o texto, encaminhado à Folha por Nelson Tanure. O comunicado diz que os leitores economizarão R$ 40 por mês ao trocarem a assinatura mensal do jornal impresso, de R$ 49,90, pela assinatura do portal.

CIRCULAÇÃO EM QUEDA

A Folha apurou que a migração vai provocar corte de pessoal. O "JB" tem 180 funcionários, 60 dos quais na Redação. A família Nascimento Britto, dona da marca e antiga proprietária do "JB", disse não ter informação sobre o projeto de Tanure.

O jornal tinha uma circulação diária de 76 mil exemplares quando passou para Tanure. Em 2003, iniciou um caminho de recuperação, chegando a 100 mil exemplares em 2007, para novamente entrar em rota de queda.

Em março deste ano, quando a circulação estava em 20.941 exemplares, Tanure contratou Pedro Grossi Jr. para administrar o jornal.

Já circulava a informação de que Tanure iria acabar com o jornal impresso. No último dia 28, Nelson Tanure confirmou a intenção a Pedro Grossi, que começou a articular um meio de manter o jornal impresso.

Estudou-se transferir o contrato para outra empresa, blindada contra as ações trabalhistas e fiscais remanescentes. O negócio foi desaconselhado porque a Justiça tem considerado que os novos donos são sucessores na dívida.

FORA DA MÍDIA

O fim do "JB" impresso será também o fim da experiência de Nelson Tanure como empresário de mídia. Ele disse à Folha que não quer mais atuar nesse setor e que vai se concentrar em telecomunicações.

Ele tem 5,15% da TIM Participações (subsidiária da Telecom Italia, que atua em telefonia celular, telefonia fixa local e de longa distância).

Tanure só acumulou fracassos em suas incursões na mídia. Em 2002, comprou os direitos de publicação da revista "Forbes", no Brasil. Um ano depois, a "Forbes" rompeu o contrato.

Em 2003, arrendou o jornal econômico "Gazeta Mercantil", que, como o JB, acumulava grande passivo. O jornal deixou de funcionar no ano passado, e a marca foi devolvida ao antigo dono.

Em 2007, Tanure lançou a JBTV, que durou seis meses. Ainda arrendou a Editora Peixes, que também voltou para os antigos donos. Ele diz que perdeu todo o investimento que fez no "JB".

 

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