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20/10/2010 - 20h18

Copom decide manter taxa de juros em 10,75% ao ano

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EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu, por unanimidade, manter novamente a taxa básica de juros em 10,75% ao ano.

Essa foi a penúltima reunião do Copom neste ano e acontece às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais.

"Avaliando o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 10,75% ao ano, sem viés", informou o BC.

A maioria dos economistas já esperava a manutenção dos juros. Além da questão eleitoral, a avaliação é que aumentar ou reduzir a taxa agora seria reconhecer que a instituição errou nas suas decisões recentes.

O próximo encontro do Copom acontece no início de dezembro e não há expectativa de mudanças. Para analistas, os juros só voltam a subir em 2011, no próximo governo.

A decisão do Copom foi criticada pela indústria, comércio e Força Sindical. Para os analistas, a decisão já era esperada.

TRAJETÓRIA

A taxa básica (Selic) começou a subir em abril. Na época, estava em 8,75% ao ano, menor nível da história recente. Chegou ao nível atual em julho.

A Selic determina o custo de dinheiro para os bancos e, por isso, serve de base para o custo dos empréstimos a empresas e consumidores, cuja taxa média está hoje em 35% ao ano.

Para especialistas, o cenário agora é de estabilidade nos juros bancários, pois a alta esperada para a taxa básica no próximo ano deve ser compensada pela queda na inadimplência e pela maior oferta de crédito.

Editoria de Arte/Folhapress

RANKING

A manutenção dos juros deixa o Brasil no topo do ranking das maiores taxas do mundo. Isso contribui para atrair mais dólares para o país e também ajuda a derrubar a cotação da moeda.

A política de juros do BC neste ano causou muita polêmica entre os economistas do mercado financeiro.

Para alguns, o calendário eleitoral levou a instituição a adiar o início do ciclo de alta para depois da definição das candidaturas. E a antecipar o fim para a última reunião antes do primeiro turno.

Outros dizem que o BC exagerou nas avaliações sobre a inflação no começo do ano e demorou a perceber que a economia já dava sinais de desaceleração.

ESTABILIDADE

A manutenção da taxa básica de juros acompanha a nota sobre atividade econômica do BC, divulgada nesta quarta-feira.

O nível de atividade da economia brasileira ficou estável em agosto na comparação com o mês anterior, de acordo com o indicador do BC criado para tentar antecipar a tendência do PIB.

O IBC-Br (Índice de Atividade do BC) passou de 139,13 para 139,12 pontos nesse período. O indicador tem se mantido praticamente no mesmo patamar desde março, depois do crescimento registrado no primeiro trimestre do ano.

Em relação a agosto de 2009, o crescimento foi de 6,4%, abaixo da expansão de 7,8% registrada na comparação entre julho de 2009 e de 2010. Em junho, o crescimento havia sido de 8,5% na comparação anual.

Nos oito primeiros meses do ano, o crescimento acumulado é de 9,11%. Em 12 meses, a expansão foi de 7,5%.

MERCADO

O mercado estima que a Selic encerre 2010 no patamar atual de 10,75% ao ano e termine 2011 em 11,75%. Para o crescimento da economia brasileira, as estimativas foram mantidas em 7,55% neste ano e 4,50% no próximo.

O prognóstico para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano subiu para 5,20%, ante 5,15% na semana anterior. O de 2011 alcançou 4,99%, frente a 4,98% no relatório passado.

 

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