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17/12/2010 - 13h31

Quatro trabalhadores de origem chinesa são resgatados em Manaus

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KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

Atualizado às 17h39.

Uma operação do MPT (Ministério Público do Trabalho) resgatou, na manhã desta sexta-feira, quatro trabalhadores de nacionalidade chinesa em condições análogas à escravidão na madeireira Cifec Compensados da Amazônia, localizada no Distrito Industrial --área urbana onde estão concentradas as principais empresas da Zona Franca de Manaus. Inicialmente, havia informado que eram três trabalhadores.

Durante a ação, outros três trabalhadores, também chineses, fugiram, entre eles uma mulher. O diretor de finanças da madeireira, Jin Ruigen, foi detido pela Polícia Federal e presta depoimento neste momento.

A Polícia Federal não tem informações sobre o destino dos chineses que fugiram. Com apoio de um tradutor público juramentado, a polícia apura os crimes de trabalho degradante, cárcere privado e subtração de direitos trabalhistas.

O diretor Jin Ruigen não contratou advogado. A empresa, de capital chinês, não se pronunciou sobre o caso até o momento.

Segundo o procurador do MPT Audaliphal Hildebrando da Silva, os trabalhadores chineses, que não falam português, chegaram ao Brasil em 2009 com a promessa de ganhar US$ 10 mil por ano. Na madeireira Cifec, em Manaus, moravam em alojamentos degradantes, sem higiene e próximos a animais peçonhentos. Não podiam sair da madeireira e apanhavam do gerente da empresa.

O nome do gerente, que é também de nacionalidade chinesa, não foi divulgado. No momento da ação, os trabalhadores encontrados disseram que estavam passando muita fome. Outros 20 trabalhadores brasileiros estavam na empresa, mas não têm relação com os crimes, segundo o MPT.

"Os salários dos chineses não eram pagos desde abril de 2009. Moravam em um alojamento sofrível com calor intenso, sem ventilação e condições vexatórias", afirmou Silva.

Os trabalhadores chineses resgatados são Hao Liang, 44, Yin Gang, 41, Bai Yun Jin, 50, e Lixian Qu, 47. "Eles disseram nos depoimentos que a empresa informava que enviava às famílias deles US$ 2.000. Eles ficavam sem nada e tinham dívidas com a empresa porque pagavam pela comida", afirmou o procurador.

Além do MPT, participaram da ação na madeireira Cifec o Ministério do Trabalho, o Batalhão Ambiental da Polícia Militar e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O auditor do Trabalho Henrique Gouvêa disse que a empresa deverá ser multada ainda nesta sexta-feira.

De acordo com o MPT, a madeireira será obrigada a custear estadia em um hotel para os trabalhadores resgatados. Quanto a permanência deles no país, o procurador Audaliphal Silva disse que a documentação está sendo vistoriada pela Polícia Federal. 'Nosso país é democrático. Se não houver impedimento, e se eles quiserem, poderão permanecer no Brasil', afirmou.

 

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