Franquias miram regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste para ampliar mercado

Expansão exige estudo de mercado e dos desafios de logística e distribuição

Danylo Martins
São Paulo

Redes de franquias têm diversificado seus mercados, expandindo-se para Centro-Oeste e Norte, regiões que cresceram tanto na receita total quanto no número de unidades em operação segundo balanço do segundo trimestre da ABF (Associação Brasileira de Franchising).

Embora o Sudeste ainda esteja na liderança nos dois índices, com 56,8% do faturamento no país em 2018 contra 59% de 2015, especialistas dizem que a tendência de descentralização das franquias deve se intensificar.

A expansão, contudo, exige planejamento, o que inclui estudo de mercado e dos desafios de logística e distribuição, assim como avaliação criteriosa dos franqueados. 

"Se a empresa planejar e tiver uma estrutura de gestão, vai conseguir aproveitar os benefícios da interiorização", afirma Vanessa Bretas, que é gerente de inteligência de mercado da ABF.

É crucial fazer uma análise das demandas do consumidor no mercado para o qual a rede está migrando.

Eduardo Costa, gerente de marketing do Instituto Embelleze, em unidade da rede em São Paulo
Eduardo Costa, gerente de marketing do Instituto Embelleze, em unidade da rede em São Paulo - Bruno Santos/Folhapress

"Em alguns casos, será preciso adaptar produtos ou serviços ao ir para outra região, mas geralmente são mudanças sutis", afirma Pedro Almeida, consultor e sócio-diretor da Franchise Solutions. Para isso, é fundamental ter parceiros que conheçam as especificidades de cada localidade.

Segundo Fernando Massi, 45, sócio-fundador da OrthoDontic, rede de clínicas odontológicas, o segredo de uma boa atuação em outras regiões é filtrar bem os franqueados. Afinal, são eles que vão desenvolver a marca ali.

"Isso envolve mudanças na comunicação, formas diferentes de cobrança e adaptações do tíquete médio, por exemplo. Recebemos em torno de 300 interessados por mês, e muitas vezes não conseguimos qualificar nenhum", diz.

Atualmente, a marca possui 203 unidades em operação em 17 estados. A meta é fechar o ano com 230 unidades pelo país --serão investidos entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões na expansão. 

Para Eduardo Costa, 35, gerente de marketing do Instituto Embelleze, rede de formação profissional em beleza, as regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste ainda são carentes de bons profissionais e serviço, o que possibilita a geração de novos polos de consumo.

De olho nesse mercado, a marca de ensino profissionalizante traçou um planejamento para abrir 30 unidades no Norte e no Centro-Oeste até 2020, e outras 30 no Nordeste, com foco em cidades acima de 100 mil habitantes. Hoje, o Instituto Embelleze tem 340 unidades em operação.

"O potencial para expandir no interior do Brasil e, assim, conquistar mais capilaridade é enorme", afirma Edson Ramuth, 58, fundador e presidente da Emagrecentro, rede de clínicas de estética e emagrecimento, que também desenhou um plano de expansão regional. Para 2019, a marca prevê abrir mais cinco unidades nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. 

Atualmente, há 110 espalhadas pelo Brasil, com expectativa de 60 novas operações até o fim deste ano.
Danylo Martins

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