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Como o empresário pode evitar a falência mesmo de portas fechadas pelo coronavírus

Empreendedores devem reduzir custos e adaptar serviços para o mundo digital

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São Paulo

O fechamento de lojas, academias e shoppings em razão da pandemia de coronavírus deve agravar a situação de micro, pequenos e médios empresários no país.

“As grandes empresas têm mais estrutura e estão mais preparadas para passar por situações como essa. Mas a somatória dos negócios pequenos é muito importante para a economia”, diz Rubens Massa, professor do centro de empreendedorismo e novos negócios da FGV (Fundação Getulio Vargas).


Negociar prazos com os fornecedores, cortar custos e explorar recursos tecnológicos estão entre as medidas recomendadas para os empreendedores neste momento, segundo Bruno Quick, diretor técnico do Sebrae.

Veja, a seguir, as orientações dos dois especialistas para enfrentar essa crise.

Adapte seu serviço para o mundo virtual
Com a suspensão das atividades físicas, a primeira atitude é controlar as despesas e cortar tudo o que não for essencial para o funcionamento —principalmente se não houver receitas no período.]

Mas também é importante procurar oportunidades em outros canais de venda e repensar o modelo de negócio antes de paralisar as atividades.

O empresário deve procurar formas de adaptar o serviço para o mundo virtual. Para isso, pode buscar exemplos dentro do seu setor e adaptá-los à sua realidade.

Na área de alimentação, o delivery feito por aplicativos é uma saída, mesmo no caso de a empresa nunca ter trabalhado com entrega. Como exemplo, uma cervejaria pode vender kits com chope e petiscos para quem quer fazer happy hour dentro de casa.

Também há professores e consultores que atendem usando plataformas online e personal trainers que dão aulas por meio de videoconferência. Livrarias podem apostar na venda de e-books, e músicos, em concertos feitos de forma virtual.

Corte custos para diminuir o impacto no fluxo de caixa
É importante fazer uma revisão e reduzir ao máximo os custos, simplificando a operação —desde que as mudanças não ameacem os resultados.

Entre os exemplos de ajustes estão desligar equipamentos que têm uso intensivo de energia, controlar o consumo de água, fazer cotação de matéria-prima, renegociar o valor do aluguel e diminuir os níveis de estoque.

Também é importante, se possível, rever a data de pagamento a fornecedores e buscar formas de antecipar recebimentos, o que ajuda a deixar o fluxo de caixa positivo. Para conhecer mais alternativas, converse com associações empresariais e órgãos de auxílio a empresários.

Fique atento às novas medidas do governo
Existem pacotes de ajuda devido ao avanço da pandemia, mas é importante conversar com um contador para descobrir as medidas mais adequadas para cada realidade.

Uma das propostas apresentadas pelo governo permite que empresas cortem em até 50% a jornada e os salários de trabalhadores. Isso ajudará a reduzir custos e evitar a demissão de funcionários.

Demita funcionários só em último caso
A demissão deve ser considerada quando nenhum outro recurso funciona, a exemplo de ajuda governamental e da antecipação de férias, consegue resolver o problema. Fazer uma dispensa impacta as reservas da empresa, que pode se descapitalizar ao ter de pagar indenizações. Além disso, é preciso considerar o investimento que a companhia fez na formação de seus trabalhadores e a dificuldade de substituir essa mão de obra.

Considere fechar as portas mesmo se não for obrigado
No caso de estabelecimentos que não precisam fechar, como farmácias e lanchonetes, os empresários precisam avaliar se devem ou não suspender as atividades.

A primeira atitude é observar se a empresa consegue trabalhar sem risco de contaminação. Depois disso, é necessário analisar a viabilidade e a importância de manter o ponto físico aberto.

Procure ajuda do contador para organizar as contas e fazer uma estrutura de custos. Operar com uma margem positiva é um sinal de que o negócio pode continuar funcionando. Além disso, o capital de giro deve ser suficiente para um período de dois a seis meses de operação.

Avalie antes de pegar dinheiro emprestado agora
Antes de buscar crédito, o empresário precisa avaliar sua capacidade de pagar as parcelas. Começar a fazer o pagamento no momento de crise ou de retomada pode ser arriscado.

Mesmo se o empreendedor for cliente antigo de um banco, vale consultar prazos, taxas e carências disponíveis no mercado (incluindo cooperativas de crédito, bancos digitais e de fomento para pequenos empresários). Taxas de empréstimos do mesmo segmento podem ter uma grande variação entre instituições.

Divulgue medidas de prevenção aos clientes
É importante comunicar que o negócio está tomando todas as medidas recomendadas para evitar a disseminação do vírus. O cuidado deve ser divulgado permanentemente em redes sociais e na comunicação visual do ponto físico. Além de transmitir segurança, o que é essencial para o consumidor no momento, a medida também informa que a companhia está operando.

Promova campanhas de estímulo ao comércio local
Micro e pequenas empresas têm menos estrutura para atravessar momentos de crise. Por isso, é legítimo que adotem campanhas para sensibilizar o consumidor e estimulá-lo a dar preferência a produtos de companhias menores.

Não ofereça descontos sem fazer contas
Como o movimento presencial está em queda, é importante buscar formas de manter o faturamento. Mas, antes de fazer promoções online ou oferecer entrega grátis, é preciso calcular os custos para entender se isso é viável ou só vai piorar a situação financeira.

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