Startups ajudam empresários a reduzir conta de luz e tarifas bancárias

Empresa propõe economia de até 30% no gasto de energia sem que o negócio tenha que fazer qualquer investimento

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Cristiane Teixeira
São Paulo

Startups podem ajudar micro e pequenos empresários a cortar despesas essenciais e reduzir o impacto da crise causada pela pandemia de coronavírus.

A Clarke Energia, por exemplo, propõe uma economia de até 30% na conta de luz sem que a empresa tenha que fazer qualquer tipo de investimento ou mudar hábitos de consumo. O público-alvo da startup são os negócios de pequeno e médio porte que gastam mais de R$ 500 mensais com energia elétrica.

Primeiro, a startup, que atua em todo o país, analisa a conta de luz, o horário de funcionamento do negócio e os equipamentos em uso. “Esse diagnóstico permite dizer se o cliente terá vantagens na migração para a tarifa branca", explica o sócio-fundador e CEO Pedro Rio, que é engenheiro de controle e automação.

Instituída pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), a tarifa branca dá ao consumidor a possibilidade de pagar valores diferentes em função da hora e do dia da semana em que consome a energia elétrica.

Qualquer pessoa ou negócio pode aderir à tarifação. Porém, se a empresa utilizar mais eletricidade nos períodos em que a tarifa é mais cara, pode acabar tendo que pagar mais do que se seguisse com a tarifa convencional.

Da esq. para a dir., Rodrigo Camargo, Victor Copque, Rafael Barbosa e Pedro Rio, da startup Clarke Energia
Da esq. para a dir., Rodrigo Camargo, Victor Copque, Rafael Barbosa e Pedro Rio, da startup Clarke Energia - Divulgação

Na dúvida, a Clarke instala um medidor inteligente de consumo no imóvel. “Com esse aparelho é possível acompanhar em tempo real o uso de energia", diz Pedro.

Depois, a startup cuida da burocracia necessária para o ajuste tarifário. Em troca, a Clarke fica com 40% do que foi poupado. “Em média, nossos clientes têm uma economia final de 9%, já descontada a nossa comissão”, completa o engenheiro.

Pequenas lojas e indústrias que funcionam em horário comercial podem ser as mais beneficiadas pela migração de tarifa. Isso porque atuam predominantemente no período em que a energia é mais barata, entre 7h e 16h, dependendo da distribuidora na região.

“Com o medidor, fica mais fácil, num segundo momento, pensar em substituir lâmpadas e instalar placas de energia fotovoltaica para aumentar a eficiência energética, ou seja, consumir menos eletricidade”, afirma o engenheiro.

Aplicativo da Clarke mostra consumo de energia de cliente
Aplicativo da Clarke mostra consumo de energia de cliente - Divulgação

Outra área em que é possível economizar é com os gastos bancários, aderindo a uma conta online.

Esse modelo é oferecido por fintechs, startups do setor financeiro que atuam apenas no ambiente digital. Não existe agência: todas as transações são realizadas por meio do smartphone ou do computador.

Por terem menores custos fixos, as fintechs prometem tarifas mais baixas. “Ter uma conta aqui significa uma economia de uns 70% em relação aos bancos públicos e privados”, afirma Rodrigo Tognini, 25. Ele é cofundador da Conta Simples, empresa que atende 5.000 clientes.

Rodrigo Tognini, 25. Ele é cofundador da Conta Simples
Rodrigo Tognini, 25. Ele é cofundador da Conta Simples - Divulgação

Pensado para MEIs (microempreendedores individuais) e micro, pequenas e médias empresas, o serviço oferecido por essa fintech dispensa a taxa de manutenção de conta imposta pelos bancos.

Não cobra, ainda, pela emissão do cartão virtual nem por transferências simples ou pagamentos. E todo o saldo é aplicado com rentabilidade de 100% da taxa CDI (certificado de depósito interbancário).

“O cliente tem direito a duas TEDs [transferências entre contas bancárias] e dois boletos de pagamento gratuitos. A partir da terceira operação, os custos são de R$ 2,99 e R$ 2,89 respectivamente”, diz Rodrigo.

Para fazer saques, a R$ 4,99 cada um, o empreendedor dispõe dos caixas eletrônicos da Rede 24 Horas. Mas, se quiser um cartão de crédito corporativo, só tem acesso a um pré-pago livre de anuidade, que não possibilita o parcelamento de compras.

Apesar das limitações do cartão, o cofundador da startup explica que muitos clientes optam por ele como forma de gerenciar pagamentos e evitar atrasos.

Entre meados de abril e meados de maio, os pedidos de abertura de conta aumentarem 40%, de acordo com Rodrigo. “Nós temíamos que a pandemia pudesse ter um efeito negativo sobre o nosso negócio. Mas aconteceu o oposto disso, porque as empresas estão mais preocupadas com a redução de despesas.”

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