Descrição de chapéu casamento

Casamentos com viagens e vários dias de festa são tendência para o pós-pandemia

Casais vão querer comemorar com a família e pequeno grupo de amigos em espaços ao ar livre

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São Paulo

As agendas das empresas organizadoras de casamentos já estão cheias para 2022. São noivos que preferiram esperar pelo fim da pandemia e escolheram datas distantes, que oferecem certa margem de segurança.

As cerimônias bem longe de casa, os chamados destination weddings, estão entre as mais procuradas por esses casais.

"Muitos estão com saudade de viajar e vão querer celebrar em outros lugares, mas com a família e os amigos por perto", afirma Roberta Herrera, 36, fundadora da assessoria Casa de Dois.

Celebrações intimistas, que reúnam pais, padrinhos e, no máximo, amigos chegados, serão mais frequentes.

Outro formato que será tendência para o pós-pandemia é a wedding week, casamento celebrado ao longo de vários dias. A curitibana Nicky Jansen, 32, juntou essa ideia com a do destination wedding e escolheu a região italiana da Toscana como cenário.

Em maio do ano que vem, ela e o noivo vão receber 74 parentes e amigos para cinco dias intensos de comemorações. Os dois vivem em Salzburg, na Áustria, mas contrataram a empresa brasileira Casa de Dois para organizar o evento.

A cerimônia será realizada no Borgo di Castelvecchio, construção medieval a 143 quilômetros de Florença equipada com igreja e 32 suítes, onde parte dos convidados também vai se hospedar.

"Vai ser incrível, mas não tanto pela decoração, pela comida ou pela paisagem. A pandemia nos fez dar ainda mais valor a viver tudo isso junto das pessoas que estarão lá com a gente", diz Nicky.

Casamentos fora do Brasil já não são exclusivos de milionários. Os pacotes estão cada vez mais acessíveis, apesar do câmbio desfavorável. Tudo funciona no esquema cada convidado paga o seu.

Ananda Klaser, 39, fundadora da agência Casando no Caribe, organiza cerimônias em Punta Cana, na República Dominicana, e Cancún, no México, que custam a partir de R$ 10 mil, fora as passagens.

O pacote inclui cinco noites de hospedagem para o casal, em sistema all inclusive. A cerimônia no próprio hotel muitas vezes é oferecida como cortesia, com direito a decoração e celebrante.

Segundo a organizadora, os casamentos realizados durante a pandemia têm sido bem intimistas --só com os noivos ou, no máximo, seus pais. Mas os programados para 2022 prometem ser um pouco mais agitados.

"Os noivos que já começaram a agendar cerimônias para o ano que vem têm intenção de chamar 30 pessoas, não mais do que isso", diz.

Ela afirma que, antes da pandemia, costumava organizar casamentos maiores, com até 80 convidados.

Muitas wedding weeks devem acontecer também em território nacional. A cerimonialista Jamila Santana, 39, sócia da Jah! Eventos, notou o aumento na demanda por esse formato de casamento no interior de São Paulo.

"Noivos que adiaram a cerimônia três ou quatro vezes estão cansados e fazendo questão do casamento dos sonhos, nem que seja em versão mais barata, dentro do Brasil", diz.

Forte tendência na era pré-pandêmica, os miniweddings, com até cem convidados, realizados dentro de restaurantes, não vão desaparecer. Mas, na opinião de Jamila, a procura por espaços amplos e abertos, como chácaras e fazendas especializadas em eventos, deve prevalecer.

"Acredito que os protocolos sanitários ainda serão rígidos. Por isso, os noivos vão preferir se casar em lugares espaçosos e arejados", diz ela.

Entre as clientes da empresa está Tatiana Salles, 28, que vai se casar na Fazenda Vila Rica, em Itatiba, no interior paulista, em agosto de 2022.

Ela não pretende economizar na lista de convidados —por enquanto, 250 estão previstos. Parte deles se hospedará na própria fazenda, cuja sede, construída em 1860, tem 12 suítes.

A comemoração vai começar na noite de sexta-feira, com happy hour e jantar. No sábado será realizada a cerimônia, seguida de festa com banda ao vivo, sem hora para acabar. No domingo, todos se despedem com um brunch.

Para a cerimonialista Eva Baumann, 33, de Jaú (SP), esta será a cara dos casamentos pós-pandemia: cerimônias realizadas ao ar livre por celebrantes sem vínculo religioso, com decoração discreta e espaço para que todos circulem sem aglomeração, já que o medo do contágio não deve ser esquecido tão cedo.

Até o serviço, ela diz, será adaptado a essa nova realidade. "Os jantares tradicionais e o bufê único vão dar lugar às ilhas gastronômicas. Nesse formato, cada um se serve quando quer e escolhe onde se sentar, já que há lugares espalhados em lounges, mesas pequenas de bistrô."

O aluguel de fazendas no interior de São Paulo pode custar de R$ 5.000 a R$ 20 mil, segundo Eva. Se o casal escolher uma das opções mais baratas, é possível realizar uma celebração para 30 pessoas por R$ 25 mil —até com vestido, cabelo e maquiagem inclusos.

Seja qual for o formato da cerimônia, as organizadoras são unânimes ao afirmar: pelo grande número de casamentos represados, as agendas dos fornecedores estarão lotadas em 2022. "Aposto que dias alternativos, durante a semana, estarão em alta. Daqui a pouco, vai ser praticamente impossível conseguir agendar no fim de semana."

Formatos de casamento no contexto atual e pós-pandêmico

Microwedding
Cerimônias mais intimistas, com até 40 pessoas; convidados são restritos a familiares e amigos mais próximos

Miniwedding
Eventos maiores que os microweddings, mas menores que as celebrações tradicionais; podem ter até cem convidados

Elopement wedding
Significa "casamento de fuga"; noivos viajam para local que oferece contato com natureza

Destination wedding
Diferentemente do elopement, famílias e amigos são convidados para viajar junto aos noivos

Wedding week
Cerimônia que dura vários dias, com diferentes comemorações

Casamento em sequência
Vários pequenos eventos espaçados com rodízio de convidados

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