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Ferramentas ajudam empresários a identificar as origens do desperdício de energia

Sistemas medem consumo de energia elétrica e auxiliam empreendedores a cortar gastos

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São Paulo

Empresas que oferecem o serviço de monitoramento do consumo de energia têm ajudado empreendedores a identificar as fontes de desperdício, cortar os custos e otimizar a produção.

Os pequenos negócios representam 40% da clientela da Energia das Coisas, empresa paulistana que desenvolveu um sistema capaz de fornecer um diagnóstico preciso do gasto energético.

Um aparelho, do tamanho de um celular, é conectado ao quadro de luz do estabelecimento e passa a ler os parâmetros de tensão e corrente de cada equipamento e ambiente separadamente. Os resultados podem ser acompanhados em um aplicativo.

No alto, Rinaldo Martins da Silva, dono da fábrica de pães de queijo Grano Dricah, em Osasco, na Grande SP
No alto, Rinaldo Martins da Silva, dono da fábrica de pães de queijo Grano Dricah, em Osasco, na Grande SP - Jardiel Carvalho/Folhapress

Há dois formatos de contrato. No primeiro, o cliente compra o equipamento por R$ 1.750 e tem direito ao serviço de monitoramento por dois anos. Quem preferir pode levar o aparelho em sistema de comodato e pagar a partir de R$ 150 por mês, taxa que varia conforme o tamanho do negócio e a quantidade de equipamentos.

Rodrigo Lagreca, fundador da Energia das Coisas, diz que a instalação é simples. “Despacho o equipamento para qualquer lugar do Brasil. Para instalar, basta assistir a tutoriais pelo Youtube.”


Rinaldo Martins da Silva, 60, dono da fábrica de pães de queijo Grano Dricah, em Osasco (Grande São Paulo), é um dos clientes de Lagreca.

Silva já sabia que a produção do seu negócio depende de equipamentos de alto consumo energético, como a câmara fria e os freezers. As geladeiras são as grandes responsáveis pela conta mensal de luz chegar a R$ 3.000.

Com o aparelho de monitoramento, instalado em 2020, ele conseguiu otimizar a produção. “Organizei o fluxo, por exemplo, para evitar que a masseira e a formatadora, dois equipamentos de alto consumo, sejam ligados juntos”, afirma. Silva optou pelo sistema de comodato e paga R$ 169 por mês pelo serviço.

Ele também investiu em lâmpadas de LED e em um aparelho de ar-condicionado do tipo inverter, que estabiliza a temperatura sem ligar e desligar o tempo todo, gerando economia de até 70%.

“Não consegui diminuir o valor da conta de luz, mas, apesar dos últimos reajustes, sigo pagando o mesmo valor.”

Desenvolvedora de um sistema similar de monitoramento, a Time Energy fez o primeiro teste na própria empresa.

O escritório da companhia, que fica em Campinas (interior de São Paulo), tem 700 m² e gastava R$ 3.000 por mês de conta de luz. O monitoramento indicou que um dos vilões era o sistema convencional de ar-condicionado, que foi trocado por um modelo inverter.

“O maior ganho foi ter diagnosticado o comportamento da equipe. Com algumas mudanças, reduzimos a conta em 20%”, diz Leandro Silva Pereira, fundador da Time Energy.

Com o próprio exemplo como cartão de visitas, não tem sido difícil conquistar clientes. O serviço, que custa a partir de R$ 100 mensais, é procurado por redes varejistas e shoppings, que usam o sistema para monitorar cada loja de forma independente.

Equipamento da Energia das Coisas instalado no quadro de luz da  fábrica de pães de queijo Grano Dricah, em Osasco, na Grande SP
Equipamento da Energia das Coisas instalado no quadro de luz da fábrica de pães de queijo Grano Dricah, em Osasco, na Grande SP - Jardiel Carvalho/Folhapress

Gerente de operações e manutenção do Shopping Vitória, na capital capixaba, Cícero Teixeira Nobre, 47, instalou o sistema da Time Energy em agosto de 2020. Pelo serviço, o centro de compras paga R$ 25 mil mensais.

Seu objetivo inicial era otimizar o trabalho de medição individual de cada uma das 400 lojas e quiosques.

“Uma vez por mês, destacava um funcionário para esse trabalho, que durava um dia, e ficávamos sujeitos a erros e ações judiciais”, conta Nobre.

Agora, a medição individual é automática, e os lojistas podem acompanhá-la por meio de um aplicativo.
O que Nobre não esperava era um bem-vindo efeito colateral: o monitoramento permitiu identificar desperdícios que ocorriam nas lojas e elevavam a conta de luz sem que os lojistas percebessem.

“Em um sport bar com 45 televisores, constatamos um consumo elevado de energia na madrugada, com a casa fechada. Descobrimos que o lojista desligava os televisores, mas os mantinha em stand-by. Ele passou a desligá-los completamente e economizou R$ 4.000 mensais.

Segundo o fundador da Time Energy, o sistema vai além de fornecer o diagnóstico. “Indicamos modificações e ações que envolvem mudança de comportamento. Essa é a parte mais difícil.”


R$ 1.750
é quanto custa um equipamento para monitorar o consumo de energia na empresa Energia das Coisas; o aparelho também pode ser adquirido em sistema de comodato (a partir de R$ 150 por mês). Na Time Energy, o serviço custa a partir de R$ 100 mensais

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