A distância, paisagistas ajudam clientes a comprar plantas

Profissionais consideram que, no pós-pandemia, o crescimento desse serviço deve se manter em um modelo híbrido

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São Paulo

Desde o início da pandemia, mais pessoas têm buscado profissionais que, a distância, ajudam o cliente a escolher as espécies de planta e os vasos mais adequados a cada ambiente da casa.

A arquiteta e paisagista Angélica Cesarino Alvarenga, dona da Native Garden, em seu apartamento, na capital paulista
A arquiteta e paisagista Angélica Cesarino Alvarenga, dona da Native Garden, em seu apartamento, na capital paulista - Keiny Andrade/Folhapress

A produtora de eventos Rachel Leão, 39, passou a prestar esse tipo de serviço quando seu trabalho com festas foi paralisado. "Percebi que as pessoas queriam deixar a casa mais confortável e comecei a ajudar nisso."

Seus primeiros clientes foram amigos e vizinhos de prédio. Diante do sucesso, ela investiu R$ 3.500 e lançou a consultoria Miscelânia Plantas e Ideias.

Rachel montou um cardápio com 15 espécies e passou a oferecer pacotes em sistema de delivery. Também começou a fazer atendimentos por videochamada.

Hoje, há dois tipos de serviço disponíveis. Em um deles o cliente vai às compras por conta própria, assessorado por Rachel via vídeo. A opção custa a partir de R$ 189.

Na outra modalidade, após a aprovação do cliente, ela compra todas as plantas e faz a instalação. Nesse caso, Rachel cobra a partir de R$ 349, sem contar o valor das plantas, vasos e demais itens.

Em ambos os serviços, o projeto começa com uma conversa com o cliente sobre como é seu dia a dia e que tipo de luz natural ele tem em casa. Depois disso, ela sugere espécies que se adaptem bem a cada espaço e que se encaixem na rotina da pessoa.

Os projetos online também garantiram que as empresas de paisagismo continuassem abertas durante o período mais crítico da pandemia. "Muitos clientes tiveram que reduzir o número de profissionais em condomínios. Outros suspenderam contratos", diz o paisagista Paulo Mello, 40, dono da Myragem Paisagismo.

A queda no faturamento foi compensada pelo crescimento dos projetos online, de acordo com ele. Antes, o serviço, que custa a partir de R$ 250, já estava disponível, mas era pouco requisitado pelos clientes.

A arquiteta Leticia Grieco, 42, oferece consultorias online de paisagismo desde 2018, mas só no ano passado a busca por essa modalidade se intensificou. O cliente recebe a indicação de plantas e vasos e ele mesmo faz a compra e a instalação.

O preço depende do escopo e da complexidade de cada trabalho, mas pode variar de R$ 150 a R$ 4.000.

"Com mais tempo em casa, as pessoas começaram a pôr em prática aquilo que não tinham tempo para fazer antes. Também quiseram levar o aconchego das plantas para dentro do seu lar", afirma a arquiteta e paisagista Angélica Cesarino Alvarenga, 43, dona da empresa Native Garden.

Segundo ela, a companhia registrou expansão de 50% nos projetos online no terceiro trimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

O home office levou a atendente de telemarketing Karina Ferreira, 33, a sentir necessidade de deixar a casa mais agradável. "Contratei um projeto remoto de paisagismo para a minha área de trabalho. Mandei as fotos do espaço pelo aplicativo e algumas informações sobre o local. Em 20 dias, o paisagista me entregou duas opções de projeto", diz. Ela conta que pagou R$ 200 pela consultoria e que agora está cotando o valor das plantas e dos vasos sugeridos.

Os profissionais consideram que, no pós-pandemia, o crescimento desse serviço deve se manter em um modelo híbrido —no qual o profissional vai à casa do cliente para conhecer o espaço e todo o projeto é apresentado de forma virtual.

Quem trabalha nesse segmento deve estar atento às regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), que prevê multas para quem não respeitar informações de clientes e parceiros, diz a advogada Tania Liberman, sócia do escritório Cescon Barrieu.

"Evite gravar qualquer reunião virtual sem o consentimento expresso do cliente e não armazene as gravações por prazo maior do que o necessário para executar os serviços", afirma.

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