Nascida em Cabreiro, no interior do Ceará, Natália Costa, 26, teve que lidar com o preconceito desde muito cedo. Aos três anos, ela recebeu o diagnóstico de escoliose, quando há uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco.
"Passei por momentos de ouvir o que as pessoas falavam e de não me ouvir, não acreditar em mim mesma", afirma. "Eu acabava pensando que a minha vida seria só ali, numa bolha, no interior. Quando eu entendi que não era assim, eu me libertei disso."
Natália, então, resolver postar fotos suas nas redes sociais e interagir com outras pessoas pela internet. Assim, tornou-se uma influenciadora digital —hoje com mais de 44 mil seguidores no Instagram.
Em 2018, ela juntou sua expertise no mundo digital com seu gosto por vendas e criou a página Naty Art Atacado (@natyartatacado), para comercializar peças de artesãs locais.
A história é tema do vigésimo segundo episódio da série Negócios Plurais, sobre empreendedorismo e diversidade, realizada pela Folha em parceria com o Instagram. Toda semana, o jornal publica em seu perfil na rede social relatos em vídeo de empreendedores de todas as regiões do país.
Hoje, a equipe de Natália já conta com mais de 20 mulheres. "Tudo é uma questão de trabalho em conjunto, eu e as artesãs. Eu faço o meu trabalho, que é pesquisar clientes e conseguir vendas, para, assim, elas terem a renda delas."
No início da pandemia, a empreendedora ficou com medo de que as vendas diminuíssem, mas foi justamente durante este período que o negócio mais cresceu e encontrou novos clientes.
Apesar do sucesso, Natália afirma que ainda precisa lutar para ser reconhecida como empresária.
As pessoas, quando sabem que por trás [do negócio] tem uma mulher com deficiência, meio que têm um preconceito. [Elas pensam:] Será que ela vai dar conta disso? Será que ela tem essa responsabilidade? Sinto muito preconceito
Assista ao vídeo:
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