Veja oito dicas para começar a empreender em 2022

Antes de se decidir por produto ou serviço, ideal é conhecer o setor e o público-alvo

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São Paulo

Antes de começar um negócio, é importante que o candidato a empresário entenda em qual setor pode se colocar e destrinche essa área para, aí sim, pensar o que deve desenvolver. Dessa forma, mitiga os riscos de ter uma ideia que não vai dar certo. Só depois dessa etapa é hora de pensar no produto ou serviço em si.

Veja abaixo oito dicas para quem quer tirar um negócio do papel em 2022. As sugestões são de Thomaz Martins, coordenador do centro de empreendedorismo do Insper, Ellen Salomão, especialista em marketing digital e educação online, e Fabiana David, analista de negócios sênior do Sebrae-SP.

1) Antes de mais nada, faça a si mesmo algumas perguntas
No início, é fundamental que o candidato a empreendedor conheça o repertório que tem. É necessário entender aqui três pontos principais e responder às seguintes perguntas: "o que sou?", "o que sei?" e "quem conheço?".

A resposta para a primeira deve ser suas motivações e propósitos para empreender. A da segunda, seu conhecimento, tanto aquele bem objetivo, de práticas específicas, como o mais intangível, subjetivo. E a da terceira, sua rede de amizades e de conhecidos que possam lhe ajudar a abrir portas. As três questões ajudam a definir ao menos a área de atuação.

elenabsl/adobe stock

2) Investigue o setor
Após definir, de maneira mais macro, a área de atuação, é necessário começar a circular no setor. Conhecer e entender quem são as pessoas e empresas, as mercadorias, os serviços e os eventuais gargalos --as chamadas "dores", aquilo que todo empreendimento se propõe a sanar.

Quando identificar uma ineficiência do mercado, o empreendedor pode começar a pensar num produto ou serviço para resolvê-la. O processo vale tanto para negócios que envolvem tecnologia como para os mais tradicionais, tipo abrir uma padaria ou loja de roupas, e os gargalos podem ser tão distintos quanto a necessidade de um novo produto ou de melhorar processos para vender algo já consolidado com um preço menor ou com mais valor agregado.

3) Agora, sim, pense no produto
Idealmente, só depois de seguir os dois passos acima o empreendedor deve pensar no que de fato quer vender. "É muito comum que as pessoas pensem primeiro no que querem vender e depois tentem 'empurrar' isso para o mercado, mesmo que não haja demanda para tal. Esse é um problema de muitas empresas", afirma Thomaz Martins, do Insper.

4) Busque a solução mais simples que resolva o problema
Aqui é a hora de procurar o que o mercado chama de MVP ("minimum viable product" ou mínimo produto viável). Isso significa desenvolver uma solução que é a forma mais fácil para ajudar o cliente, e aí sim pensar em colocá-la no mercado. Um exemplo: lançar um aplicativo apenas com funções básicas, que depois vá melhorando com atualizações. Mesmo que você comece de forma simples, já cria uma relação com o consumidor e também começa a aprender na prática.

5) Desenvolva produto e negócio
A partir desse ponto, há dois caminhos que devem ser percorridos concomitantemente. O primeiro é o do produto em si. O empreendedor deve buscar melhorá-lo e torná-lo escalável. Com inteligência artificial para produtos digitais ou aumentando uma linha de produção para itens físicos, por exemplo.
Junto a isso, precisa desenvolver também o negócio: pensar nas formas de monetização e em como buscar mais clientes.

6) Foque também a gestão
De pouco adianta ter um produto com boa demanda e aceitação no mercado se o empreendedor não consegue gerir seus recursos —dinheiro, tempo etc.

"Se você já sabe os caminhos para abrir seu negócio do ponto de vista do produto e conhecimento técnico da área, é hora de, se ainda não souber, aprender sobre gestão e inovação", diz Fabiana David, do Sebrae. Ela diz que o empreendedor precisa também, entre outras coisas, sempre buscar novas informações sobre seu setor, estabelecer metas e nunca parar de aumentar sua rede de contatos.

7) Invista em marketing, online e offline
Uma vez que o produto ou serviço está no mercado, é hora de buscar compradores. O dono do negócio tem de pensar numa estratégia para tal --offline, online ou das duas maneiras. Isso significa ir a feiras, ter vendedor nas ruas e investir na divulgação. Não existe uma receita de bolo nessa parte, porque há especificidades de cada setor, mas hoje em dia é fundamental se vender na internet, independentemente do setor.

"Na pandemia as pessoas estavam em casa e foram procurar produtos online. O tempo de tela cresceu. Gente que nunca havia comprado online começou a comprar", afirma Ellen Salomão. Há ferramentas disponíveis para segmentar a propaganda e buscar o cliente identificado como público-alvo.

8) Dê tempo ao tempo
As iniciativas de marketing, na internet ou fora dela, devem ser constantes e recorrentes. Há pessoas, diz a especialista em marketing digital Ellen Salomão, que contratam uma agência, não veem um resultado imediato e desistem da estratégia. É preciso pensar a prática como um investimento, mês após mês. Geralmente, leva-se algum tempo até os resultados desejados aparecerem.

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