Ouça bate-boca na sessão da Câmara sobre novo Código Florestal

A votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados foi adiada pela terceira vez. Com receio de sofrer sua primeira derrota no Congresso, a base governista recuou, e a sessão foi encerrada na madrugada desta quinta-feira, por falta de quórum.

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Em um dos momentos mais tensos da sessão, o relator do novo código, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), rebateu as críticas quanto à demora na apresentação do parecer final e também quanto ao seu conteúdo. Aldo se incomodou principalmente com comentários da ex-ministra Marina Silva, feitos via Twitter.

"O texto que apresentei é do conhecimento dos líderes partidários. A fala infeliz do deputado Paulo Teixeira levou a que a ex-senadora Marina Silva (PV) postasse no seu Twitter que eu fraudei o texto. Quem fraudou contrabando de madeira foi o marido de Marina Silva. Esta Casa conhece a minha trajetória", disse, exaltado.

Aldo Rebelo

Marina Silva, assim como todos os ambientalistas presentes na Casa, aplaudiu o adiamento da votação e reforçou as críticas ao texto de Aldo.

"Eu não usei a palavra 'fraude'. Eu usei a mesma palavra que todos estamos usando: existem várias 'pegadinhas' de dizer que não haverá o embargo automático, de não vedar o crédito para desmatadores", declarou a ex-senadora.

Marina Silva

Já o coordenador da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Moreira Mendes, não escondeu a revolta com o novo adiamento da votação.

"O que é que eu faço aqui? Isso é uma vergonha. A pessoa faz um acordo ali, dentro de uma sala, vem aqui, começa a cumprir o acordo e, depois, porque vai perder, cancela. O que é isso? As pessoas precisam honrar as calças que vestem. Eu estou decepcionado com essa pressão imoral que o governo faz em cima."

Moreira Mendes

Os áudios são da Rádio Câmara