Mecânico encontra bolsa com R$ 4.800 e devolve à dona; ouça

O mecânico David Rocha, 31, devolveu uma bolsa com documentos e cerca de R$ 4.800 encontrada em uma rodovia na cidade de São José do Rio Preto (438 km de SP).

Rocha saiu para testar um veículo na BR-153 quando se deparou com uma cena inusitada, na manhã da última sexta-feira (8): notas de dinheiro espalhadas pelo acostamento da pista.

O mecânico parou o carro e encontrou alguns documentos ao lado de uma bolsa. Dentro dela havia uma grande quantidade de notas e folhas de cheques.

Segundo Rocha, um outro motorista também parou, recolheu algumas notas do dinheiro e foi embora. Algum tempo depois, ele retornou e entregou tudo ao mecânico.

"Ele [o motorista] falou: não vou ficar com esse dinheiro porque o meu coração não quer que eu fique com ele", relata o mecânico.

David Rocha

Rocha reuniu tudo o que pôde e decidiu que iria devolver ao dono. Foi por meio de um pendrive que estava dentro da bolsa que ele encontrou o telefone de Nilva Maria Buosi, 50, dona do dinheiro.

Buosi trabalha no ramo da construção. Ela conta que havia passado em uma obra para pegar alguns funcionários. Um deles estava com uma enxada e, para não abrir o porta-malas, ela colocou a bolsa e cima do carro para ajudá-lo. Depois, entrou no veículo e partiu.

Buosi pegou a estrada e só deu falta da bolsa após rodar cerca de 30 quilômentros. Desesperada, ela retornou às obras pelas quais havia passado e chegou até a ir na delegacia fazer um
BO (boletim de ocorrência). Mais tarde, recebeu a ligação do mecânico.

"Eu recuperei 80% do valor que tinha dentro da bolsa [R$ 6.000]. Provavelmente o que eu perdi foi o que voou para o canteiro da pista", diz a mulher.

Nilva Maria

Segundo ela, apesar do desespero, ela tinha fé de que iria reaver a quantia. "Era dinheiro para pagar pedreiros e serventes que trabalharam a semana toda. Ainda existem pessoas boas nesse mundo".

Mesmo endividado e com uma criança pequena para criar, o mecânico, que diz ganhar pouco, achou que a sua ação foi a mais correta. "A gente não sabe de quem é o dinheiro e de repente tem gente precisando mais do que eu".