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Guatemala vota para presidente em meio a crise de miséria e violência
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DA FRANCE PRESSE
Atingidos pelo crime organizado e pela miséria, milhões de guatemaltecos elegem no domingo (6) um presidente entre dois direitistas que tentam substituir Álvaro Colom, o primeiro social-democrata em meio século e que fracassou em resolver os problemas do país.
O general Otto Perez, do Partido Patriota e que antecipa ter "pulso firme", é o favorito, com uma intenção de voto de 58% e 17 pontos de vantagem em relação ao empresário de direita Manuel Baldizón, do partido Líder e que promete restaurar a pena de morte.
No primeiro turno eleitoral, realizado no dia 11 de setembro, o general Perez, acusado de violações dos direitos humanos, obteve 36% dos votos, contra 23% de Baldizón, que, segundo denúncias não comprovadas, teria vínculos com o crime organizado.
Nesta sétima eleição democrática em um país que sofreu uma guerra civil de 36 anos e décadas de governos de facto, estão habilitados a votar 7,3 milhões de guatemaltecos, entre eles quase 2 milhões de analfabetos.
As autoridades habilitaram quase 16,7 mil centros de votação, que estarão abertos durante onze horas, das 7h locais (11h em Brasília) às 18h (22h em Brasília) e nos quais trabalham cerca de 70 mil voluntários.
No encerramento da campanha, na sexta-feira, Pérez e Baldizón insistiram mais uma vez em suas promessas de combater a todo custo o crime em um país onde a taxa de homicídios, de 48 para cada 100 mil habitantes, é seis vezes maior que a média mundial.
Por isso, embora a dívida social da Guatemala seja gigantesca - a metade da população na pobreza, uma desnutrição que atinge 15% - o pânico pela insegurança tomou conta da campanha.
"O tema da pobreza não foi tocado por nenhum dos dois candidatos. Referiram-se de forma generalizada, mas não disseram como vão atacá-la ou reduzi-la e isso é preocupante", disse à France Presse o cientista político indígena Álvaro Pop.
Neste contexto, os guatemaltecos se preparam para votar com cepticismo, especialmente os jovens. "Quem quer que vença, será o pior ou o menos pior", disse à France Presse a executiva bancária Inés Saavedra.
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