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Acordo que acabou com URSS completa 20 anos
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DA EFE, EM MOSCOU
O acordo de Belovezhskaya Pushcha, no qual os então dirigentes da Rússia, Ucrânia e Belarus certificaram o fim da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), completa 20 anos nesta quinta-feira.
"A URSS era minha pátria, mas não tínhamos outra alternativa além de decretar seu fim. Caso contrário, poderia ter explodido uma guerra civil", afirmou Stanislav Shushkevich, o então presidente do Parlamento bielorrusso e um dos signatários do histórico acordo.
Shushkevich lembra que várias das repúblicas soviéticas contavam com grandes arsenais nucleares, razão pela qual era urgente estabilizar a situação do ponto de vista jurídico.
"Não foi uma conspiração. De fato, não havíamos pensado em assinar um acordo. Simplesmente devíamos constatar em um documento quem éramos e qual era a situação da URSS naquele momento. Tínhamos que ser valentes", comentou em entrevista por telefone.
O atual opositor lembra que foi o vice-primeiro-ministro russo, Gennady Burbulis, quem propôs a frase que entrou para a história em Belovezhskaya Pushcha, uma reserva natural na qual os dirigentes soviéticos costumavam caçar.
2.mai.1945/France Presse | ||
Soviéticos colocam bandeira da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), em Berlim |
"Declaramos que a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, como sujeito do direito internacional e realidade geopolítica, deixa de existir", relembrou Shushkevich, que reconheceu que seu objetivo era "uma Belarus independente".
O político indica que nunca chegou a se consultar com o então presidente soviético, Mikhail Gorbatchov, que tentava conservar a união.
"Gorbatchov era primeiro comunista e só depois um democrata", avaliou.
Shushkevich opina que o legado soviético ainda está muito presente na vida das antigas repúblicas soviéticas, em particular na Rússia e em Belarus, que descreveu como "uma pequena União Soviética".
Os signatários do histórico acordo, entre os quais também estavam o líder russo, Boris Yeltsin, e o ucraniano, Leonid Kravchuk, acertaram também a criação da CEI (Comunidade dos Estados Independentes).
Segundo o atual primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, que qualificou o fim da URSS como "a maior catástrofe geopolítica do século XX", a CEI foi o mecanismo de "divórcio civilizado" entre as repúblicas do bloco soviético.
O Estado totalitário comunista foi extinto definitivamente em 25 de dezembro de 1991, quando Gorbatchov admitiu, em discurso transmitido pela televisão, o fim da URSS.
Em seguida, a bandeira soviética foi retirada do Kremlin e, meia hora depois, foi içada a da Rússia.
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