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28/12/2011 - 07h29

Turquia tem o maior número de jornalistas presos do mundo

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DA EFE, EM ISTAMBUL

A Turquia é o país com o maior número de jornalistas presos de todo o mundo, e após as detenções da semana passada, tudo indica que o número de prisioneiros já supera uma centena. Na sexta-feira (23), um tribunal de Istambul decretou a prisão preventiva de 36 jornalistas, e concedeu liberdade a outros sete.

Todos eles foram acusados de integrar a KCK (União de Comunidades do Curdistão), considerada como a "rede urbana" do grupo armado PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).

A maioria dos profissionais trabalha para o jornal "Özgür Gündem", veículo fundado em 1991 e que defende os direitos da população curda. O jornal inspirou o cineasta turco Sedat Yilmaz, que em 2010 lançou o filme "Press", relatando o dia a dia de seis funcionários durante os anos 1990.

Ser jornalista pró-curdo no período retratado no filme era uma profissão de alto risco. Em dois anos, 27 profissionais do jornal foram mortos, afirma o conceituado jornal turco "Radikal".

"Até o ano passado, o governo costumava decretar o fechamento temporário dos jornais dissidentes. Mas após a condenação do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, agora os veículos não são fechados, mas os jornalistas são presos", afirmou Bayra Balci, jornalista há 20 anos no "Özgür Gündem".

Após as detenções da semana passada, milhares de manifestantes, entre jornalistas e simpatizantes, protestaram nas ruas de Ancara e Istambul com exemplares do veículo nas mãos contra as prisões.

Não é preciso ser curdo para sofrer repressões. Fatih Polat, redator-chefe do diário esquerdista "Evrensel", afirma que a "repressão do governo é voltado contra todos os meios de comunicação dissidentes". "Um colaborador nosso está entre os detidos e um de nossos colunistas permanece há meses na prisão", disse.

O ministro turco de Assuntos Europeus, Egemen Bagis, nega que os jornalistas foram presos por suas convicções políticas ou por seu trabalho. "Eles foram acusados ou de integrar uma organização ilegal ou de tentar derrubar um governo eleito democraticamente", garantiu Bagis.

A declaração foi uma referência a jornalistas como Nedim Sener e Ahmet Sik, detidos desde março, quando foram acusados de colaborar com o Ergenekon, uma suposta rede de militares com objetivos golpistas.

Nas últimas prisões, os jornalistas foram acusados de integrar o KCK, descrito pelo próprio PKK como uma rede social paralela formada por simpatizantes da causa curda. Trata-se de uma acusação difícil de rebater, já que não há uma definição clara do que é o KCK e nem de quem são seus membros.

 

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