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Cresce temor de golpe militar no Paquistão
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A apreensão sobre um possível golpe militar no Paquistão tem crescido na cúpula do governo de Asif Ali Zardari.
Fontes dos governos paquistanês e britânico revelaram que o primeiro-ministro, Yousuf Raza Gilani, telefonou ao alto comissário do Reino Unido no país, Adam Thomson, para pedir ajuda no caso de um levante do Exército. Oficialmente, Londres e Islamabad negaram o contato.
O Paquistão vive um momento de crise envolvendo governo, Exército e Judiciário --que tem elevado a pressão sobre o presidente e o premiê, com apoio dos militares.
A tensão já existente entre Exército e governo agravou-se a partir de outubro, quando veio à tona a existência de um memorando enviado a Washington que pedia a ajuda dos EUA para conter um possível golpe dos militares.
A demissão do ministro da Defesa do país, o general Khalid Lodhi, na quarta-feira, só piorou o cenário.
Ontem, o chefe do Exército, general Ashfaq Pervez Kayani, reuniu-se com seus comandantes -o que atraiu a atenção da imprensa e do governo para uma possível movimentação militar.
Hoje, é Gilani que tem um encontro com comitê de Defesa do governo, numa tentativa de apagar o incêndio.
VOTO DE CONFIANÇA
Acuado, o governo pediu ontem apoio do Parlamento -onde o PPP (Partido Popular do Paquistão), do presidente, tem maioria- por meio de um voto de confiança, na segunda-feira.
Segundo o premiê, é hora de os legisladores escolherem entre "democracia e ditadura". "Se cometemos algum erro, isso não significa que a democracia ou o Parlamento devam ser punidos", disse.
Na segunda-feira também expira o prazo dado pela Suprema Corte para que o governo reabra casos de corrupção envolvendo políticos, entre eles, o presidente. O tribunal derrubou a anistia que protegia Zardari das acusações.
Os partidos de oposição já se disseram contra um golpe militar, mas deverão apoiar eleições antecipadas como solução para a crise.
Zardari assegurou que não deixará o poder até março, quando ocorrem as eleições para o Senado. No entanto, uma viagem relâmpago do presidente a Dubai anteontem acendeu no país rumores de uma possível renúncia.
O porta-voz da Presidência, Farhatullah Babar, disse que Zardari viajou para resolver "assuntos privados".
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